ELEIÇÕES
Jornalista alagoana é referência para comunicadores que acompanham a política
Há 13 anos assessora de comunicação do TRE, Flávia Gomes de Barros se tornou uma espécie de porta-voz da instituiçãoA jornalista Flávia Gomes de Barros aportou no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) em 2011 com a missão de divulgar a biometria, o recadastramento biométrico no estado. Exerceu com tamanha maestria a função de assessora de comunicação da instituição que foi ficando e até hoje permanece por lá. São 13 anos de lutas, aprendizado, trocas, desafios e muita dedicação. O trabalho de Flávia é reconhecido e se tornou referência para colegas de profissão que acompanham a política.
Outro feito da comunicadora é aparecer na mídia esclarecendo temas jurídicos, embora não seja da área. Exerce tão bem a função que por onde passa é só elogios. Formada desde 2002 pela Ufal, Flávia confessa que trabalhar na Justiça Eleitoral é mais que um desafio. Embora não tenha capacidade técnica para falar de Direito, diz que acaba se envolvendo tanto que fica meio expert em vários assuntos eleitorais.
“A capacitação é contínua, a legislação eleitoral é muito dinâmica. Toda eleição precisa atualizar as resoluções. O processo eleitoral como um todo se renova e a gente como assessor tem que estar se adequando a isso”, afirmou.
Ser assessora em um órgão de tamanha grandeza é um aprendizado para ela. Mas nada é fácil. Na verdade, é complicado porque além da assessoria de comunicação, Flávia atua em outras frentes, como a coordenação do núcleo de enfrentamento à desinformação, comissão de assédio, laboratório de inovação, comissão de participação feminina, acessibilidade e outras comissões internas do TRE que necessitam de alguém da comunicação participando.
Fazer uma Justiça Eleitoral mais acessível também é papel da “garota propaganda” do TRE de Alagoas. Adianta que diante da demanda acaba tomando a frente também de outras necessidades, ainda porque as redes sociais e a internet se tornaram o principal canal do Tribunal com a população.
“Diferente de outros órgãos do Judiciário, a Justiça Eleitoral precisa se comunicar sempre todos os dias com eleitores e eleitoras”, justificou.
Quando está em período das eleições o canal é utilizado para dar as notícias referentes ao pleito, depois tem a questão no fechamento do cadastro, ter sempre em dia o título de eleitor para poder ter a certidão de quitação e assim não ter nenhum prejuízo. Tem, ainda, as questões de cidadania, com projetos voltados para a cidadania, a causa indígena, quilombola, pessoas com deficiências, entre outros.
Na verdade, esclarece, a Justiça Eleitoral está muito próxima do cidadão e cidadã. Nos outros órgãos, as pessoas precisam procurar o Tribunal de Justiça e o Ministério Público para poder ser atendidos. “Então, a comunicação do Tribunal é essencial porque é a conexão do TRE com essas pessoas e é sempre, não só no período eleitoral”, disse. E acrescentou que o órgão está sempre tentando inovar, acompanhar o que é tendência nas redes sociais, se adequando aos vários públicos.
E por falar da diversidade de públicos e conteúdos, o TRE inovou e conta com um canal no Tik Tok @trealagoas. Lá, tem conteúdos com novos formatos, novas tendências e muita informação para o público dessa plataforma.
“O maior desafio daqui é se inserir nas redes sociais e aprender essa linguagem é sempre um desafio”, destaca Flávia.
Para suprir tamanha demanda, ela conta há dois anos com uma equipe de oito pessoas, e diz que através desse pessoal consegue dar conta de tudo, já que a demanda só cresce. É que com o crescimento de notícias falsas e desinformação, a Justiça Eleitoral acaba ficando no olho do furacão. Mas nem sempre foi assim. Por 10 anos Flávia ficou sozinha com a responsabilidade da comunicação da instituição.
Em ano eleitoral o trabalho é redobrado e Flávia conta com a ajuda dos pais e da irmã para cuidar de seus filhos enquanto está ausente. Neste período, ela trabalha nos finais de semana e feriados para dar conta de tanta demanda.
Mas quando não está trabalhando, Flávia “fica sempre agarrada com eles” e não abre mão da convivência com a família. Seja para um bate-papo, jogar conversa fora, tomar um café com os pais ou sorvete com os filhos. E ainda dar uma esticadinha para ficar com a irmã. Como diz, além da saúde mental precisa ficar perto deles que sentem muita falta, embora entendam. Principalmente as crianças que gostam do seu trabalho, comentam quando a veem na televisão ou em vídeos que produz.
Falar em conquistas, Flávia é só orgulho do presente que ganhou esse ano do presidente Klever Loureiro. Com orgulho e voz emocionada, diz do privilégio de ser supervisora de estágio da Clarinha, que é a primeira estagiária com Síndrome de Down da Justiça Eleitoral de Alagoas.
“Outro desafio além da comunicação foi ter que aprender com ela. A gente aprende com a Clarinha todos os dias. Ela veio para compor os vídeos, dar a cara das pessoas com a síndrome nas nossas redes sociais, que é outra coisa que a gente preza, que é a inclusão”, garantiu. E acrescentou que não só das pessoas com deficiência, mas também das pessoas negras, indígenas. “A Clarinha foi um grande presente que ganhei como profissional. Aqui a gente funciona praticamente um período em função do conteúdo da Clarinha”, completou.
Nestes 13 anos de caminhada com a Justiça Eleitoral do estado, Flávia diz que tenta dar o melhor a cada eleição e a todo fechamento do cadastro.
“É muito difícil atender todo mundo. São muitos meios de comunicação e agora existem muitos blogueiros na lista de políticos e isso acaba que todo mundo vem procurar o TRE como fonte oficial de informação. Isso é bom porque faz com que a gente tenha credibilidade, mas aumenta muito a demanda”, comparou.
Trabalho impecável em tudo que se propõe a fazer, Flávia Gomes de Barros diz com orgulho que “a minha inspiração também no jornalismo é meu pai, né. Que há 50 anos é jornalista e que cresci vendo na televisão e no jornal. Acho que por isso que acabei onde estou”. O talento da dedicada jornalista só pode estar mesmo no DNA. A filha de Flávio Gomes de Barros merece todos os aplausos, assim como o pai.
Na verdade, a Justiça Eleitoral é sua extensão. Ela entrega que sempre diz ao pessoal quando chega para estagiar que a Justiça Eleitoral é apaixonante e que depois de um tempo cada um diz que realmente é, mas que não sabia que era tanto.
“Então, às vezes a gente chora juntos, rir muito juntos, mas é um trabalho muito compensador, no final das contas”. E com “beijos” e o “Estou aqui à disposição”, Flavinha se despede da entrevista. E essa disponibilidade a faz única, diferente, digna de todas as homenagens.