Conteúdo do impresso Edição 1314

TRISTE RANKING

Alagoas em 4º lugar no Nordeste em número de afogamentos em 26 anos

Taxa de mortalidade em 2023 chegou a 3,99 óbitos por 100 mil habitantes
Por TAMARA ALBUQUERQUE 12/05/2025 - 06:00
A- A+
CBMAL
Taxa de mortalidade em 2023 chegou a 3,99 óbitos por 100 mil habitantes
Taxa de mortalidade em 2023 chegou a 3,99 óbitos por 100 mil habitantes

O número de brasileiros que morrem por afogamento cresce no país e chegou, em 2023, a um quadro impressionante que impõe respeito e conscientização sobre um problema que não deveria ocorrer. A mortalidade por afogamento, no ano citado, foi 30 vezes maior do que todos os desastres juntos registrados em território nacional.

Os jovens, infelizmente, com idade entre 1 a 24 anos, são as maiores vítimas. Nessa faixa etária, o afogamento é uma das quatro principais causas de morte. Entre crianças com idade de 1 a 4 anos, o afogamento é a 2ª causa de óbitos, sendo que mais da metade delas morrem dentro de casa.

O mais recente boletim epidemiológico da ONG Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) revela 16 óbitos diários por afogamento no Brasil, ou uma pessoa a cada 90 minutos. Em 2023, ano de referência do mais recente levantamento da entidade, 5.883 pessoas perderam a vida sob as águas no país, sendo 395 vítimas a mais que o registrado no ano anterior.

Alagoas é o 4º estado do Nordeste com mais óbitos por afogamento no levantamento dos casos realizados pela ONG nos últimos 26 anos (entre 1979/1990 e 2010/2023). Em praias, rios, balneários e piscinas, a taxa de mortalidade por essa causa entre os alagoanos foi de 45,9 óbitos por 100 mil habitantes. É muito alta e inaceitável.

Pernambuco lidera o trágico ranking (taxa de 59,76 por 100 mil/hab), seguido por Sergipe (57,08) e Rio Grande do Norte (54,01). “Qualquer um pode se afogar, ninguém deveria”, afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Em Alagoas, a morte por afogamento em 26 anos teve mais casos registrados que na Bahia (11,21 por 100 mil/hab), Ceará (36,07), Maranhão (20,65), Paraíba (28,36) e Piauí (4,41). Em 2023, Alagoas registrou uma taxa de mortalidade de 3,99 óbitos por 100 mil residentes.

Os afogamentos no Brasil não diferem do restante do mundo, mas, por possuir uma das maiores áreas espelhadas banháveis durante o ano inteiro, apresenta o maior número de resgates aquáticos e um dos maiores números de óbitos no planeta, segundo a Sobrasa.



Encontrou algum erro? Entre em contato