SÍTIO ARQUEOLÓGICO
Escavações na AL-101 Norte revelam ocupações de 500 anos
Descoberta enriquece patrimônio arqueológico alagoano
Arqueólogos descobriram vestígios líticos e cerâmicos atribuídos a ocupações pré-coloniais durante as obras de escavação da duplicação da AL-101 Norte. O estudo destes fragmentos indica que há 500 anos indígenas tupi-guarani e aratu habitavam a região, aproveitando as águas – na época limpas – e os peixes dos rios Jacarecica, Pratagy, do riacho Doce e das praias. Também caçavam mamíferos, aves e répteis nas matas ao mesmo tempo protegidos pela segunda maior barreira de corais do mundo, tornando quase impossível a invasão dos europeus pelo mar.
O sítio arqueológico continha vestígios líticos e cerâmicas, como lascas e núcleos de sílex, artefatos de pedra polida (como machadinhas) e fragmentos atribuídos a ocupações pré-coloniais, datados dos anos 1500 e 1530, ou seja, após a descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral e antes da criação das Capitanias Hereditárias, marcando o início da colonização europeia.
“Essa diversidade material contribui para a compreensão da ocupação pré-colonial da região litorânea de Alagoas, demonstrando a presença de diferentes grupos indígenas na região ao longo do tempo”, explica o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Este sítio foi descoberto em janeiro de 2025 durante as escavações para a duplicação da AL-101 Norte, obra que vai do bairro de Jacarecica, em Maceió, até a cidade da Barra de Santo Antônio. Tanto as escavações quanto as análises do material coletado indicam que, na região, havia grupos horticultores, talvez produzindo tubérculos e outros gêneros alimentícios, ocupando o topo de um tabuleiro de 70 metros de altura, a 1km do mar, talvez um ponto de observação e segurança.