LUTO
Morre o jornalista Alberto Dines, aos 86 anos
Faleceu nesta terça-feira, 22, Alberto Dines, jornalista, professor universitário, biógrafo e escritor. A informação foi publicada pela página do Repórter Brasil, telejornal da TV Brasil, em rede social.
O jornalista morreu às 7h15 desta terça, no Hospital Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Por decisão da família, o hospital não informou as causas da morte.
"É com profunda tristeza que a equipe do Observatório da Imprensa comunica o falecimento de seu fundador, Alberto Dines (1932-2018), na manhã de hoje no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Estamos preparando uma edição especial sobre o legado do Mestre Dines a ser publicada em breve", diz nota do instituto. Ele deixa mulher e quatro filhos.
História
O jornalista, professor universitário e escritor Alberto Dines nasceu em 19 de fevereiro de 1932, no Rio de Janeiro. Ele iniciou a carreira no jornalismo na revista "A Cena Muda", na década de 50. Após passagens pelas revistas "Visão" e "Manchete", assumiu a direção do segundo caderno do jornal "Última Hora", de Samuel Wainer. Dines ainda foi editor-chefe da revista "Fatos e Fotos", em 1960, dirigiu o "Diário da Noite", trabalhou como diretor-editorial-adjunto da Editora Abril nos anos 80.
Dines foi também editor-chefe do "Jornal do Brasil", de onde foi demitido em 1973 após a publicação de artigos que criticavam a ditadura brasileira. O jornalista ainda foi diretor da "Folha de S.Paulo" na sucursal do Rio da Janeiro. Em 1996, lançou o site "Observatório da Imprensa", veículo crítico de acompanhamento da mídia, que nasceu de uma iniciativa do Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo.
Dois anos depois, o site ganhou uma versão televisiva produzida pela TVE do Rio de Janeiro e TV Cultura de São Paulo. Como escritor, publicou mais de uma dezena de livros, entre os quais “O Papel do Jornal”, “Morte no Paraíso”, uma biografia do escritor Stefan Zweig, “Vínculos de Fogo”, sobre o escritor e dramaturgo Antônio José da Silva, morto pela Inquisição portuguesa, e “O Baú de Abravanel”, no qual reconstitui a trajetória de antepassados de Senor Abravanel, o Silvio Santos.
Na carreira acadêmica, atuou como professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC-Rio) de 1963 a 1966 e chegou a ser preso após criticar a censura, durante o regime militar, em um discurso como paraninfo de uma turma da faculdade. Ele ainda criou o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp, em Campinas. Ele ainda recebeu o título de notório saber em história e jornalismo pela USP.