setor sucroenergético
Tarifa americana de 50% ameaça exportação de açúcar de Alagoas
Tarifaço compromete o preço de exportação do açúcar para os Estados Unidos
O setor sucroenergético de Alagoas enfrenta perdas com a taxação de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, em vigor desde agosto. A medida, segundo o presidente do Sindaçúcar-AL, Pedro Robério Nogueira. afeta diretamente a receita das usinas, investimentos e postos de trabalho ligados à exportação de açúcar.
"A taxação se soma a outros desafios, como a queda do preço internacional do açúcar e a valorização do real. A perda do mercado americano torna a situação ainda mais delicada para as usinas alagoanas", revelou na segunda-feira, 1.
A informação foi detalhada durante o 2º Alagoas Cana Show e 2º Encontro de Abertura de Safra de Cana-de-Açúcar de Alagoas e Sergipe, promovidos pela Associação dos Plantadores de Cana-de-Açúcar da Região do Vale do Coruripe (Asprovac), entidade filiada à Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orpl ana).
O tarifaço compromete o preço de exportação do açúcar para os Estados Unidos, que tinha valor diferenciado. Nogueira alerta que "a medida inviabiliza a comercialização de um volume significativo destinado ao mercado americano, afetando a competitividade da agroindústria."
Se a tarifação não for revertida, Alagoas pode perder 15% do volume de exportação de açúcar e 20% do valor. Nogueira ressalta que "o impacto pode se estender a toda a cadeia produtiva, incluindo usinas e empregos ligados à produção e comercialização da cana-de-açúcar."
Taxação
A imposição de tarifas de 50% aos produtos brasileiros em vigor desde 1º de agosto, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem potencial de resultar em um corte drástico nas exportações do Brasil.
O mercado norte-americano é o segundo principal destino das vendas externas do Brasil, atrás apenas da China, com o petróleo tendo maior participação em receitas nas vendas para os EUA.
Além disso, os norte-americanos estão entre os mais relevantes para bens fabricados brasileiros, de maior valor agregado, como aeronaves, autopeças e máquinas.
A imposição de tarifas por Trump tem potencial de provocar queda de bilhões de dólares nas exportações brasileiras, sem considerar eventuais concessões setoriais, de acordo com analistas.
De acordo com a análise do banco BTG Pactual, a tarifa anunciada não será cumulativa aos 25% aplicados a automóveis e peças, nem aos 50% sobre aço e alumínio.
Produtos sob investigação da Seção 232, como semicondutores, minerais críticos e produtos farmacêuticos, continuarão isentos. O banco citou que a autorização também inclui petróleo e derivados.