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Bota-PB e Campinense são acusados de tentar subornar árbitro alagoano

Por Redação com GloboEsporte.com 14/05/2018 - 19:51

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Foto: Divulgação
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O Botafogo-PB e o Campinense estão sendo acusados de tentarem subornar o mesmo árbitro na final do Campeonato Paraibano. Segundo investigações da Polícia Civil, os dirigentes dos clubes teriam oferecido dinheiro a Francisco Carlos do Nascimento, o Chicão, árbitro alagoano que apitou uma das finais do estadual. 

Segundo o site GloboEsporte.com, o presidente do Campinense, William Simões, e o vice-presidente de futebol do Botafogo-PB, Breno Morais, foram atrás de Chicão para oferecer propina.

Em conversa gravada no dia 3 de abril, dois dias antes do primeiro jogo da final entre Campinense e Botafogo-PB, em Campina Grande,  é possível ouvir Breno Morais perguntando a José Renato, presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol da Paraíba (Ceaf-PB), sobre as escalas de arbitragem das partidas da final. 

Renato informa quais são os árbitros que vão para o sorteio, destacando que Chicão apitará um jogo e Cláudio Francisco Lima e Silva, de Sergipe, ficará a cargo da outra final. Ambos do quadro nacional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Foto: Reprodução / GloboEsporte.com

Então, Breno pede que o árbitro alagoano faça o jogo de volta, que seria em João Pessoa, no Almeidão, já que o Botafogo-PB decidiria o título em casa.

O mandatário da Ceaf-PB explica que não daria para fazer isso porque Cláudio iria apitar Atlético-PR x São Paulo, pela Copa do Brasil, um dia antes da partida de ida do Paraibano. Ou seja, seria cansativo para o árbitro sergipano ficar a cargo da primeira final.

Horas depois do diálogo entre os dirigentes, na sala de reuniões da Federação Paraibana de Futebol (FPF), em João Pessoa, Chicão foi designado para o jogo de ida, no Estádio Amigão, enquanto que Cláudio Francisco Lima e Silva foi "sorteado" para o confronto do Almeidão.

A partir daí, as articulações de bastidores começaram numa ponte que envolvia João Pessoa, Campina Grande e Maceió. No mesmo dia, Breno Morais acionou um dos seus contatos no meio do futebol em Alagoas, identificado pela polícia como Alex. 

O emaranhado deste novelo antidesportivo foi descoberto pela Operação Cartola. Também no dia 3 de abril, em conversas gravadas pela polícia, o presidente da Raposa, William Simões, é flagrado também querendo entrar em contato com o árbitro alagoano. 

O presidente entra em contato com Danilo Corisco, massagista da FPF que é apontado por alguns denunciantes como interlocutor de Treze e Campinense na abordagem com árbitros, avisando que Chicão foi sorteado para o jogo de ida da final, como o próprio Simões havia pedido para a Ceaf-PB.

No dia seguinte ao jogo de ida da final, em que o Campinense venceu o Botafogo-PB por 1 a 0 no Amigão, foi registrada pela polícia uma conversa entre o árbitro Renan Roberto e o auxiliar Dguerro Xavier, que também são investigados na Operação Cartola. Nela, eles analisam a atuação do árbitro alagoano na partida e um deles desconfia da performance do colega de profissão.

O árbitro alagoano Chicão disse ter conhecimento das escutas e argumentou que não sabia que estava falando com o presidente do Campinense. Para ele, Danilo, que é da FPF, havia passado o telefone para alguém da Federação.

"Existe uma conduta que a Federação que recebe um árbitro de fora dá toda a assistência e paga o hotel. E Danilo é a pessoa que sempre nos dá assistência nesses casos. Eu já trabalhei muito na Paraíba, sempre venho aqui. Então eu achei que estava falando com alguém da FPF. Alguém que estava avisando sobre o hotel e desejando um bom jogo. Eu jamais falaria com o presidente do Campinense, se soubesse que era ele. De jeito nenhum. É muito triste essas coisas acontecerem com a gente. Mas a gente sabe que existem pessoas que vendem o árbitro e o árbitro sequer sabe disso. Acontece muito. Eu estou com a consciência tranquila", disse o árbitro.

Chicão tem 40 anos e é o principal árbitro de Alagoas. Faz parte do quadro nacional da CBF e virou árbitro da Fifa em 2012, onde permaneceu até 2014. 

A reportagem do EXTRA entrou em contato com o delegado Lucas Sá, responsável pelo inquérito, que disse que não poderia dar detalhes porque a investigação está sob sigilo. 

O presidente da Federação Alagoana de Futebol (FAF), Felipe Feijó, também foi procurado, mas a assessoria informou que por ora ele não vai se pronunciar sobre o caso.

Informações colhidas pelo EXTRA dão conta de que Feijó esteve reunido com Chicão na tarde desta segunda-feira, logo após o escândalo vir à tona.

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