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MPF pode pedir que técnicos reanalisem estudos da Braskem

Por Bruno Fernandes 01/02/2019 - 17:32

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Reunião aconteceu na sede do MPF - Foto: Bruno Fernandes
Reunião aconteceu na sede do MPF - Foto: Bruno Fernandes

O Ministério Público Federal (MPF) poderá solicitar que técnicos ou empresas terceirizadas analisem os dados apresentados pela Braskem sobre a situação dos poços no bairro do Pinheiro, em Maceió. A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira, 1, pela procuradora da República Niedja Kaspary ao EXTRA.

Uma reunião foi realizada na sede do MPF com representantes da Federação das Associações de Moradores e Entidades Comunitária de Alagoas (Famecal), técnicos da Braskem e moradores do Pinheiro. O encontro serviu para esclarecer dúvidas em relação às atividades da empresa e o suposto perigo aos moradores de regiões próximas das atividades de extração.

“Precisamos entender quais os possíveis riscos que os moradores do local podem correr devido ao processo de extração que acontece entre 900 e 1200 metros de profundidade”, explicou a procuradora.

Questionada se o MPF vai solicitar que outro órgão analise os dados apresentados pela empresa para que seja feita uma comparação de estudos, a procuradora respondeu que: “Dependendo dos dados apresentados pela Braskem podemos sim solicitar que outra empresa ou um órgão especializado faça uma comparação”.

Sobre a quebra do sigilo do inquérito civil nº 1.11.000.000649/2018-29, que apura os tremores do bairro, Niedja Kaspary explicou que o processo, agora, está público porque não haviam informações suficientes que justificassem a classificatória de sigiloso pela justiça.

Um dos assuntos abordados durante a reunião foi em relação às comunidades no entorno do Pinheiro. Antonio Sabino, diretor de educação da Famecal, relatou que moradores de comunidades próximas querem saber se podem ser afetadas com os problemas do bairro. Ele citou como exemplo as comunidades Vila Saem, bairro do Mutange e Alto do Céu.

“Os moradores se julgaram escanteados por possuírem baixo valor aquisitivo em comparação aos moradores do Pinheiro”, declarou Sabino. Os técnicos da Braskem informaram que ainda não sabe a dimensão do que está acontecendo, por este motivo seria precipitado falar algo.

O especialista em exploração de Lavra da Braskem, Alex Cardoso, informou que estão realizando análises através de sonar em poços ativados e desativados através de equipamentos de perfilagem e mesmo que a suspensão da licença de exploração da empresa seja retirada, eles não pretendem voltar a explorar o bairro.

Um site com perguntas e respostas sobre os processos de sondagem que estão sendo realizados na região está sendo elaborado pela Braskem e deve ser disponibilizado em breve. 


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