LAVA JATO

Investigado revela entregas de R$ 3,8 milhões em malas para Renan Calheiros

Por Redação com agências 27/06/2019 - 09:09
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Senador Renan Calheiros. Foto: Dida Sampaio / Estadão
Senador Renan Calheiros. Foto: Dida Sampaio / Estadão

A Polícia Federal ouviu um investigado que revelou ter feito parte de esquemas para viabilizar supostas entregas de R$ 3,8 milhões em dinheiro vivo da J&F para o ex-presidente do Senado e atual senador por Alagoas Renan Calheiros (MDB). 

Durval Rodrigues da Costa disse ser, há 20 anos, amigo pessoal do delator Ricardo Saud, executivo do grupo J&F. Trabalhou como assessor do ex-deputado federal Aracely de Paula (PR), e também para o governo de Minas Gerais. Ele falou à PF no dia 21 de maio.

As informações são dos jornalistas Luiz Vassallo, Ricardo Brandt e Fausto Macedo, do Estadão.  O depoimento em que detalha as supostas entregas tem sido corroborado com respostas de hotéis e companhias aéreas à Polícia Federal em que confirmam suas estadias durante as eleições em cidades onde diz ter feito entregas.

Segundo Costa, em 2014, Ricardo Saud pediu um ‘favor’. Ele relata que buscou Saud no aeroporto, em Brasília, e que o levou até a residência oficial do então presidente do Senado. Durante a reunião entre o executivo e o emedebista, teria ficado em uma sala separada.

Após o encontro, Saud teria dito a Renan que Costa ‘era uma pessoa de sua confiança e que estaria pronto para executar o que havia sido combinado’. O emedebista teria ‘acatado a indicação’.

Costa diz ter sido orientado por Saud a se encontrar, então, com o publicitário André Gustavo Vieira – condenado na Lava Jato, em segunda instância, a 6 anos e 4 meses, após admitir que operou propinas para o ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine.

Ainda conforme Costa, em um encontro em Recife, André Gustavo ‘revelou que seria necessária a realização de várias viagens para entrega de valor de entorno de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) na cidade de Maceió ao Senador Renan Calheiros’. 

A primeira entrega, na capital de Alagoas, seria uma mala de R$ 600 mil. Em seguida, outras viagens teriam de ser feitas, totalizando R$ 3,8 milhões de dinheiro ilítico.

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