IRRESPONSABILIDADE
Transsexual que aplicou silicone em amiga e causou lesões graves é indiciada
O delegado Robervaldo Davino, do 6º Distrito da Capital, concluiu e enviou à Justiça o inquérito que investigou um caso de aplicação ilegal de silicone, ocorrido em Maceió.
A injeção do silicone causou uma grave infecção e a vítima ficou vários dias hospitalizada.
O delegado relata que, no dia 16 de março de 2018, uma irmã de “Tainá” procurou a delegacia do 6º DP para denunciar o caso.
Segundo ela, Cindy fez a aplicação na residência da vítima, no conjunto José Tenório, bairro da Serraria, com uma agulha grossa. Em seguida, tapou o orifício deixado pela injeção com cola super bonder.
“Um dia após a denúncia, estivemos no Hospital Geral do Estado (HGE), onde ela estava internada, mas não pudemos ouvi-la, devido ao seu grave estado de saúde, inclusive apresentando um quadro de muita dor, febre alta e alucinações”, disse o delegado.
Na ocasião, ficou acertado que, tão logo recebesse alta do hospital, Tainá deveria comparecer à delegacia, mas isto nunca aconteceu.
Como não conseguia localizar a vítima, em janeiro deste ano, o delegado resolveu encaminhar o inquérito à Justiça, pedindo o arquivamento, mas continuou investigando o caso.
Nas investigações, levantamos a identificação da acusada, de nome Cindy, cujo nome original era Leonardo Cardoso da Silva, e no último mês de maio foi pedido o desarquivamento do inquérito, que se encontrava na 3ª Vara Criminal da Capital.
“Localizamos uma irmã da transsexual investigada e com a autorização dela fizemos buscas na casa, localizada no condomínio Parque dos Caetés, no Benedito Bentes, onde encontramos materiais usados em aplicações de silicone”, acrescenta Robervaldo Davino.
Esse fato levanta a suspeita de que a transsexual pode ter feito outras aplicações da substância.
O delegado descobriu que Cindy se encontra, atualmente, na Espanha, e chegou a ouvi-lo por meio de vídeo, onde ela nega tudo.
Testemunhas, no entanto, confirmam as acusações, inclusive, algumas delas estiveram na residência de Tainá, no dia em que foi feita a aplicação.
Conforme o delegado, Tainá hoje é soro positivo para o vírus HIV, não estando esclarecido se ela adquiriu a doença durante a aplicação ou antes dela.
O vídeo da acusada e o material apreendido na casa dela foram enviados à Justiça, junto com o inquérito.
Robervaldo Davino alerta que quem desejar fazer aplicações desse tipo deve procurar uma clínica autorizada e profissionais qualificados para evitar casos como om ocorrido com Tainá.