CASO PINHEIRO

'Não há área para levar toda a população dos bairros atingidos', diz Rui Palmeira

Por Redação 10/12/2019 - 11:49
Atualização: 10/12/2019 - 12:31

ACESSIBILIDADE

Marco Antônio/Secom Maceió
Prefeito Rui Palmeira apresentando Plano de Contingência do Pinheiro
Prefeito Rui Palmeira apresentando Plano de Contingência do Pinheiro

"Tenho a esperança de que não vai ser necessário evacuar toda a região, porque não tem área para levar, não tem casa suficiente, não tem estrutura para isso". Foi essa a declaração do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira, 10, quando questionado sobre o prazo de realocação de moradores das áreas atingidas por rachaduras na capital. 

Os quatro Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto somam um total de mais de 40 mil pessoas afetadas pelos afundamentos do solo. De acordo com o relatório de agências do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil, será necessário evacuar uma região equivalente a 78 campos de futebol.  

Além das incertezas quanto à realocação de toda essa gente, o prefeito relatou ainda o prejuízo financeiro estimado para o próprio município pela não arrecadação de impostos. "De lançamento de tributos, estimamos R$ 20 milhões por ano. Isso de recursos de taxa de lixo, IPTU. Esses são os tributos lançados, não necessariamente arrecadados", afirmou Palmeira. 

O prefeito criticou também a falta de fiscalização da atividade da empresa Braskem pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Ele comparou a situação de Maceió com os desastres de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais. "As tragédias de Mariana e Brumadinho já mostraram que a ANM não fiscaliza coisa nenhuma. A responsabilidade é da empresa e da ANM".

O tucano reiterou ainda que a situação é altamente complexa e que o município já solicitou um estudo para ver a viabilidade da presença de pessoas nessas áreas ou se até mesmo há a esperança para que elas voltem às suas casas. 

Quando questionado o que deve ocorrer com toda a área desocupada, o prefeito afirmou que aguarda posicionamento da Defesa Civil Nacional e que, no momento, o município está atuando nas áreas considerada mais graves, como a área de encosta no Mutange e no Jardim Alagoas, onde vivem 1.800 famílias: "são foco da nossa remoção, que tem de ser o mais célere possível".

"Há 750 casas do Minha Casa Minha Vida e, até o final de janeiro, teremos outros 500 apartamentos prontos. Isso conseguiria solucionar 80% dessa área mais crítica. Essa sempre foi uma área de risco, quase todo ano tem alguma intercorrência lá. Como é naturalmente frágil e está dentro da área de risco, é o foco principal, mas a gente precisa de uma portaria do Ministério do Desenvolvimento Regional flexibilizando os critérios do Minha Casa Minha Vida, porque tem pessoas que podem ter renda acima da faixa um (até R$ 1,8 mil). Hoje, estamos aguardando essa definição e temos uma interlocução muito boa com o governo. Nossa vontade era tirar para ontem", finalizou.


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