LAGINHA
Massa Falida destina mais R$ 32 milhões ao pagamento de trabalhadores
Quantia será dividida entre 6 mil credores de Alagoas e Minas Gerais
Mais de seis mil credores da Massa Falida da Laginha devem receber, em breve, cerca de R$ 32 milhões referentes a processos trabalhistas. A informação é do administrador judicial Igor da Rocha Telino de Lacerda. Serão contemplados trabalhadores de Minas Gerais e de Alagoas.
A quantia já foi encaminhada às varas do Trabalho que deverão fazer a distribuição do valor entre os processos que estão em tramitação. No caso dos trabalhadores mineiros, 2.674 credores estão mais perto de receber o dinheiro a que têm direito.
A quantia destinada para esse grupo é de R$ 14,5 milhões. Em Alagoas serão 3.402 credores que deverão receber um total de R$ 12.305.988. Ainda conforme a administração judicial, esse dinheiro é proveniente da venda das usinas Vale de Paranaíba e Triálcool, localizadas em Minas.
Durante quase dois anos essa verba ficou paralisada por uma liminar impetrada por uma participante do certame. No entanto, o impasse foi analisado pela Justiça de Alagoas, que decidiu liberar novamente a quantia para o pagamento dos credores. Uma gama de advogados também será beneficiada com a quantia de R$ 1.898.651,62 para pagamento de honorários.
Ainda consta da lista o valor de R$ 2.042.549,47 para credores que tinham reclamações trabalhistas em outras comarcas que não pertencem aos estados de Alagoas e Minas Gerais. E mais R$ 2.184.163,00 para trabalhadores que não chegaram a ingressar com reclamação trabalhista. Quanto ao tão esperado dinheiro do precatório no valor de R$ 690 milhões, já liberado pela Justiça Federal, que deve amortizar um pouco a dívida de pouco mais de R$ 2 bilhões do falido Grupo João Lyra, o administrador, via assessoria, informa que deverá ter mais detalhes na próxima semana.
FALECIMENTOS
Alguns credores não conseguiram esperar tempo suficiente para que o imbróglio do pagamento das dívidas se resolvesse. Somente no mês de fevereiro deste ano foram comunicadas a morte de seis ex- -funcionários da Laginha. Quando isso acontece, a dívida continua, no entanto o valor pertencerá ao espólio. Entre eles está o mineiro de Ituiutaba Eurípedes Valadão da Silva, que faleceu tendo a receber o valor de R$ 79.708,40. Apesar do falecimento em 2019, a substituição de credor por alguém da família só foi oficializada este ano. O falecimento de Eurípedes chegou a receber nota de pesar da Câmara de Vereadores.
À época, o parlamentar Marco Túlio Faissol lamentou a perda do “antigo produtor rural de nossa região”. Outro que morreu sem usufruir de seus direitos foi Gilvan Ribeiro de Andrade, que segundo a lista de credores, tinha a receber R$ 243.309,85. Benedicto Peres Drummond faleceu à espera do valor de R$1.334.496,91. E o obituário prossegue: Waldemar Alves do Nascimento (R$394.791,45); Alberto Belo Pereira (R$18.778,97) e Affonso Arinos de Andrade Faissol (valor não revelado).
Credores em família
Entre aqueles que estão na lista de credores trabalhistas está Fernando Lyra Affonso Collor de Mello (R$ 12 mil), filho de Thereza Collor e Pedro Collor, e neto do ex-deputado federal e ex-usineiro falecido João Lyra. Também é credor o filho de Lyra e irmão de Thereza, Guilherme José Pereira de Lyra (R$ 167 mil). E até mesmo João Lyra devia a ele mesmo: R$ 293.503,08. No entanto, o falecido configurava na seção de créditos subordinados, que são pagos somente após a satisfação dos outros credores sem qualquer garantia.
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