ESPÉCIE INVASORA
Estudo descarta exploração do sal-gema como causa do surgimento do sururu branco

O molusco esbranquiçado que está invadindo a Lagoa Mundaú e deixando catadores de sururu apreensivos não tem relação com a atividade de extração de sal-gema da Braskem. A conclusão está num estudo investigativo realizado pela empresa Tetra Tech e divulgado pela Procuradoria da República em Alagoas.
O molusco, apelidado pelos pescadores e marisqueiras de sururu branco, pertence a uma espécie invasora de nome Mytlopsis sallei, considerada exótica, que tem origem na América Central, mas está distribuído em diversos ambientes estuarinos ao redor do mundo.
O estudo coletou exemplares para as análises de DNA no mês de abril, de forma pontual, com o objetivo de entendera existência de espécies diferentes ou a possibilidade de o sururu estar passando por algum processo de degradação.
Na conclusão, o estudo revela que a espécie deve ter chegado à Mundaú por meio da água de lastro de embarcações, assim como tem ocorrido com outras espécies no ambiente aquático. Diante do aparecimento da espécie, a comunidade que sobrevive da pesca do sururu no Vergel temia que o molusco branco fosse resultado da ação de algum stress ambiental ou ainda serem exemplares de sururus “doentes”.
"O Mytilopsis sallei, conhecido com mexilhão de listras pretas, é um pequeno molusco bivalve marinho da família Dreissenidae, conhecidos como falsos mexilhões. Essa espécie possui papel ecológico semelhante ao mexilhão zebra, Dreissena polymorpha. Ambas as espécies são consideradas altamente invasivas", esclarece o estudo.
Como o propósito do estudo era identificar a espécie, não há informações sobre o risco que o molusco invasor apresenta ao sururu. Os dois tipos de mosluscos se alimentam dos mesmos organismos. Também não há informação se a espécie é comestível e pode fazer parte da dieta do ser humano.