2023
Inadimplência empresarial alcança 64,9 mil em AL no primeiro semestre
Estado registrou mais de 64 mil empresários inadiplentes no primeiro semestre
O crescimento alarmante da inadimplência assola empresas em Alagoas no primeiro semestre de 2023. Dados recentes revelam que o número de empresários inadimplentes no estado atingiu 64,9 mil até junho, representando um aumento significativo em relação aos 56,2 mil registrados em janeiro. Esta disparidade de 8,6 mil empresas que não conseguiram cumprir suas obrigações financeiras evidencia um cenário desafiador para o empresariado alagoano.
O Brasil testemunhou um aumento notável no número de empresas abertas nos últimos anos, com mais de 1 milhão apenas no primeiro quadrimestre de 2023. No entanto, a manutenção desses negócios e sua saúde financeira continuam sendo desafios cruciais para os empresários brasileiros. Atualmente, 6,5 milhões de empresas em todo o país estão endividadas, conforme dados do Serasa Experian, um indicativo preocupante do cenário econômico.
O advogado especialista em recuperação empresarial, Felipe Granito, do GBA Advogados Associados, atribui essa situação crítica a uma combinação de fatores. O impacto negativo da pandemia, aliado à escassez de crédito, criou um ambiente hostil para os empresários.
Dívidas que foram adiadas durante os períodos de restrição estão agora sendo cobradas, agravando ainda mais a situação financeira das empresas. Apesar da recente redução na Taxa Selic, os altos juros continuam afetando diretamente as dívidas das empresas com os bancos.
Granito destaca que as dívidas provenientes de empréstimos bancários são particularmente onerosas para os empresários. Práticas consideradas abusivas pelo Judiciário, como a utilização do crédito rotativo para quitar parcelas em débito automático, contribuem para o aumento exponencial das dívidas. No entanto, o advogado ressalta que há soluções ao alcance dos empresários inadimplentes.
Estratégias de renegociação direta, como as aplicadas em seu escritório, têm obtido descontos médios superiores a 80% junto aos credores, incluindo bancos. Além disso, ele enfatiza a importância de esgotar outras opções antes de recorrer ao Judiciário, promovendo não apenas a liquidação das dívidas, mas também a reestruturação das empresas afetadas.
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