Interesses de Lula e afastamento de Renan travam CPI da Braskem

A CPI da Braskem, criada por proposta de Renan Calheiros (MDB-AL) há aproximadamente um mês, permanece congelada e enfrentando obstáculos decorrentes de interesses políticos divergentes e do afastamento temporário do próprio Renan. Apesar de ter obtido 44 assinaturas em seu requerimento, até o momento somente o MDB realizou suas indicações, nomeando Renan Calheiros e Fernando Farias, ambos de Alagoas, entre os 11 titulares e sete suplentes da comissão. 

A resistência à instauração da CPI no Senado é atribuída à base de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O líder do governo na Casa, Jaques Wagner, e o líder do PSD, Otto Alencar, ambos da Bahia, também manifestaram oposição à iniciativa, argumentando que as investigações poderiam prejudicar a empreiteira baiana Novonor (antiga Odebrecht), uma das controladoras da Braskem. 

A inércia no Senado, aliada à pressão do Governo Lula e da Petrobras, busca retardar os procedimentos da CPI, seguindo uma estratégia semelhante à adotada em setembro, quando Jaques Wagner orientou a bancada a não assinar o pedido de CPI, preocupado com possíveis impactos nas negociações da Novonor na Braskem. 

Os trabalhos da CPI estão previstos para durar 120 dias, com um orçamento de R$ 120 mil. O Senado, em sua documentação, estabelece que quatro vagas de titulares serão preenchidas pelo Bloco Democracia, composto por senadores dos partidos MDB, União, Podemos, PDT e PSDB. Outro conjunto de quatro vagas será ocupado por parlamentares do Bloco da Resistência Democrática, formado por PSD, PT, PSB e Rede. 

O Bloco Vanguarda (PL e Novo) terá duas vagas, enquanto o Bloco Aliança, composto por PP e Republicanos, ficará com apenas uma vaga na comissão. Quanto aos sete senadores que ocuparão a suplência, a indicação dos nomes será dividida entre os blocos Democracia (3 vagas), Resistência Democrática (2 vagas), e as duas restantes entre os blocos Aliança e Vanguarda.

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