mistério
Crânio 'pescado' em lagoa intriga população de Mar Vermelho
Moradores começaram a relembrar possíveis desaparecimentosHá uma semana, os pouco mais de 3.600 habitantes da pequena cidade alagoana de Mar Vermelho estão intrigados com um achado macabro: um crânio humano foi "pescado" na lagoa central do município na última quinta-feira, deixando a comunidade perplexa, já que não há registros de desaparecidos na região.
Em um local onde crimes são raríssimos e todos se conhecem, o sumiço de alguém logo seria percebido. "Mesmo se fosse coisa antiga, o pessoal lembraria, porque aqui não acontece nada", comenta Josué Marcos, secretário de turismo.
"Quando a gente tirou o crânio da água, veio gente de todo canto ver. Mas ninguém sabia quem era o dono dele", relatou um dos pescadores envolvidos no achado, que aconteceu acidentalmente durante uma pescaria na lagoa. O inesperado evento rapidamente viralizou na internet, aumentando a fama de Mar Vermelho, autointitulada "A Suíça Alagoana" devido às baixas temperaturas que podem atingir 10 graus Celsius nas noites de inverno.
Quando o crânio foi encontrado, os moradores começaram a relembrar possíveis desaparecimentos, sem sucesso. "Que eu saiba, nos últimos 20 anos não sumiu ninguém aqui. Só se foi alguém que se afogou muito antigamente", especula Marcos. O lago foi esvaziado para obras em 2016 e nada foi encontrado na época, sugerindo que o crânio pode ter estado soterrado até recentemente.
A Polícia foi chamada no dia do achado e levou o crânio para perícia. Porém, sem relatos de desaparecimentos recentes, é improvável que a identidade da vítima seja descoberta. "Acho que vai virar um mistério pra sempre", arrisca um dos pescadores. Casos semelhantes ocorrem frequentemente no Brasil. Recentemente, ossadas humanas foram encontradas em barcos à deriva no litoral do Norte e Nordeste, mas a identificação das vítimas permanece um desafio.
No Ceará, mesmo com abundância de evidências, os corpos não foram identificados e o caso foi arquivado. O "Crânio de Mar Vermelho" pode seguir o mesmo destino, permanecendo como um mistério não resolvido e adicionando uma camada de fascínio a essa pacata cidade do interior alagoano. (Com o colunista do Uol, Jorge de Souza)