Segundo a coluna Maquiavel, do jornalista José Benedito da Silva, da Veja, à medida que as eleições municipais de 2024 se aproximam, o cenário em Alagoas tem gerado frustração para dois influentes nomes da política nacional: o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB). Ambos enfrentam dificuldades para emplacar aliados em Maceió, onde possuem redutos eleitorais.

De acordo com um levantamento do instituto Paraná Pesquisas, divulgado na quarta-feira, 26, apenas 9% do eleitorado da capital apoiaria “com certeza” um candidato indicado por Lira, enquanto um aliado do clã Calheiros, nomeado por Renan Filho (MDB), ex-governador e atual ministro dos Transportes, teria 18,7% de votos garantidos. A rejeição a Lira e Calheiros também é significativa, com 54,7% e 51,6% de rejeição, respectivamente.

A recente estratégia de Arthur Lira para fortalecer sua base em Maceió envolvia indicar um vice-candidato para João Henrique Caldas (PL), prefeito da cidade. No entanto, Caldas tem defendido o senador Rodrigo Cunha (Podemos) como provável companheiro de chapa, o que poderia prejudicar os planos de Lira. Caso Cunha vença a disputa municipal, Doutora Eudócia, mãe do prefeito JHC, assumiria sua cadeira no Senado.

Em contrapartida, os aliados de Renan Calheiros também enfrentam dificuldades. O candidato escolhido pelo senador ao Executivo de Maceió, o deputado federal Rafael Brito (MDB), aparece em terceiro lugar na pesquisa com apenas 3,8% das intenções de voto. A esperança dos Calheiros é que o apoio do governador Paulo Dantas (MDB) possa reforçar a candidatura de Brito, embora quase metade dos eleitores de Maceió (48,7%) rejeitem um nome endossado pelo governador.

O ex-deputado estadual Davi Davino Filho (PP), aliado de Lira, está em segundo lugar na pesquisa, com 11,8% das intenções de voto, atrás de João Henrique Caldas, que lidera com ampla vantagem.