O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado, coronel Paulo Amorim, determinou nesta quinta-feira, 3, a detenção do tenente-coronel Ozelito Martins da Rocha, atualmente na reserva. Ozelito foi filmado agredindo a advogada da candidata Edilza Alves em Lagoa da Canoa durante a madrugada, na presença de outros militares.

De acordo com nota da Polícia Militar, o tenente-coronel foi conduzido para Maceió, onde será convocado para prestar esclarecimentos na Corregedoria da instituição.

Os militares envolvidos na ocorrência, que alegaram, conforme o boletim de ocorrência, não ter autoridade para prender um superior, foram detidos e se encontram na sede do 3º BPM em Arapiraca. Eles prestarão depoimentos, que permitirão a adoção das medidas administrativas cabíveis ao caso.

Em resposta ao incidente, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas (SSP-AL) antecipou o Plano de Segurança para as eleições deste ano, já aprovado pela Justiça Eleitoral.

Entenda o caso

A advogada Alice Rikelly da Silva Teles, integrante da coligação "Para Frente Canoa", foi agredida pelo tenente-coronel Ozelito Martins, que atua como assessor do candidato Jairzinho Lira. O episódio ocorreu em via pública, na presença de policiais, após uma confusão envolvendo Ozelito e dois jovens.

Conforme o boletim de ocorrência registrado na Central de Polícia de Arapiraca, a confusão teve início por volta das 3h45. Ozelito, armado, exigiu que um dos jovens entregasse seu celular e informasse a senha. Diante da recusa, ele ameaçou e agrediu fisicamente o jovem, enquanto um homem tomou o celular da vítima. Ozelito também teria chutado o veículo do jovem.

Alice Rikelly chegou ao local na tentativa de acalmar a situação, mas acabou sendo agredida verbal e fisicamente por Ozelito. Os policiais alegaram que, devido à patente do tenente-coronel, apenas um superior hierárquico poderia conduzi-lo à delegacia. Após o incidente, a advogada registrou um boletim de ocorrência e realizou exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca.

Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Alagoas, em conjunto com as Subseções de Arapiraca, Sertão, Palmeira dos Índios, Penedo, Porto Calvo, Santana do Ipanema, São Miguel dos Campos, União dos Palmares e Vale do Paraíba, manifestou repúdio à agressão verbal e física sofrida pela advogada. A entidade afirmou que a violência perpetrada contra Alice Rikelly, em pleno exercício de sua função, compromete não apenas a esfera pessoal, mas também a dignidade de toda a classe advocatícia.