O Instituto Negro de Alagoas (INEG/AL) realizou um encontro com representantes do Gabinete Civil do Governo de Alagoas para discutir a implementação de políticas afirmativas no ensino superior estadual.

De acordo com a Lei nº 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, as instituições federais de ensino são obrigadas a reservar, no mínimo, 50% de suas vagas para estudantes que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas, incluindo subcotas para pretos, pardos e indígenas. No entanto, as universidades estaduais ainda não possuem legislação específica para cotas raciais.

Atualmente, tanto a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) quanto a Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) contam apenas com cotas sociais e critérios regionais em seus processos seletivos.

O diálogo entre o INEG/AL e a administração estadual busca mudar esse cenário e já resultou em avanços promissores. "A receptividade do Gabinete Civil foi extremamente positiva", afirma Jeferson Santos, representante do Instituto. Como parte do processo, uma proposta detalhada do sistema de cotas já foi encaminhada às autoridades competentes.

A implementação dessas cotas representa uma transformação significativa no panorama educacional do estado. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 67% da população alagoana se autodeclara preta ou parda, tornando essa medida ainda mais relevante para o contexto local.

"É fundamental que as universidades estaduais acompanhem o exemplo das federais e garantam o acesso da população negra ao ensino superior", destaca Pedro Gomes, membro do INEG/AL.

Esta articulação marca um momento decisivo na construção de um ensino superior mais democrático em Alagoas, demonstrando o compromisso contínuo do INEG/AL com a promoção da igualdade racial e a justiça social.