O clima de insatisfação e revolta com a gestão do prefeito Daniel Vasconcelos Ferreira, o Dani (PP), de Maragogi (AL), só cresce entre a população prejudicada e os profissionais que foram destituídos dos cargos na área da saúde, após o cancelamento do contrato entre a prefeitura e a Cooperativa Confiar Soluções em Serviço. Os profissionais foram afastados sem receber os salários referentes ao mês de dezembro de 2024 e não conseguem obter informações dos gestores atuais a respeito do pagamento.

A cooperativa era a principal porta de entrada de profissionais da saúde na administração pública em Maragogi. A instituição contratava médicos, dentistas, psicólogos e auxiliares que atuavam em unidades básicas de saúde, na UPA de Maragogi e na maternidade municipal. 

As denúncias dão conta que o prefeito Dani, após romper a aliança política com o ex-prefeito Fernando Sérgio, fato ocorrido logo após a posse no cargo, se nega a pagar despesas deixadas pela gestão anterior, incluindo os salários do pessoas da saúde. 

Sérgio Lira foi o responsável por alçar Dani Vasconcelos como candidato a prefeito na eleição passada, atuando como articulador de sua campanha que venceu o candidato dos Calheiros, o ex-prefeito Marcos Madeira. O rompimento da relação não foi esclarecido oficialmente e os envolvidos se contentaram a alegar "divergências políticas".

Além de não pagar a folha salarial, o prefeito Dani é acusado de não fazer o repasse de encargos trabalhistas e obrigações como INSS, FGTS e Imposto de Renda.

A cooperativa afirma que a nova gestão municipal rompeu o contrato em janeiro de 2025 sem quitar os débitos pendentes, o que agravou a situação dos profissionais. A prefeitura também não informa quando a situação será regularizada. A atual secretária da saúde no município, Sônia Moura, não abriu canal de negociação com os ex-funcionários. A secretária também determinou a suspensão do ônibus que fazia o transporte diariamente de funcionários da saúde entre Maragogi/Maceió e vice-versa.

Na semana passada, o prefeito participou da 35ª edição da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, um dos maiores eventos internacionais do setor. A ação surpreendeu  e revoltou cidadãos e ex-funcionários que aguardam por uma resposta diante da ausência de pagamento salarial.

A reportagem tenta contato com o prefeito Dani e com a secretária Sônia Moura, mas até agora ambos estão indisponíveis por telefone.