decadência

Com dívida milionária, Ufal evita corte de energia e alerta para colapso

Universidade enfrenta crise financeira por falta de repasses federais
Por José Fernando Martins 02/06/2025 - 09:37
A- A+
Ana Luíza Ambrózio
UFAL
UFAL

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) divulgou nota informando que conseguiu evitar o corte de energia elétrica em suas unidades do Campus A. C. Simões, incluindo o Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes, após receber notificação da Equatorial Energia Alagoas para suspensão do serviço por inadimplência.

Segundo a Pró-Reitoria de Gestão Institucional (Proginst), a equipe da concessionária esteve no local na quinta-feira dia 29, mas, após diálogo com a Reitoria e outras unidades administrativas, a medida foi suspensa temporariamente.

A Vice-Reitoria encaminhou ofício à Equatorial solicitando a manutenção do fornecimento de energia, destacando o caráter essencial dos serviços prestados pela universidade e propondo a realização de uma reunião para negociar os débitos acumulados.

A Ufal, em nota, afirma que enfrenta dificuldades orçamentárias, agravadas pela ausência de liberação de recursos do governo federal, que afetam inclusive o pagamento das bolsas acadêmicas vinculadas à ação orçamentária 20GK, referente a fomento à graduação, pós-graduação, pesquisa e extensão. Até o momento, os valores relativos ao mês de maio não foram repassados.

A universidade também contesta a narrativa de suplementação de verbas por parte do Ministério da Educação. Segundo a nota, os recursos prometidos ainda não foram formalizados e representam apenas a recomposição parcial do orçamento originalmente previsto na PLOA 2025, antes de sofrer cortes no Congresso Nacional.

Dados apresentados em gráficos e planilhas anexos à nota revelam que a Ufal acumula uma defasagem inflacionária de cerca de 58% no período de 2016 a 2025. O orçamento discricionário atual, de aproximadamente R$ 104 milhões, deveria ultrapassar os R$ 213 milhões para recompor perdas inflacionárias, segundo cálculos da instituição.

Em relação à dívida com a Equatorial, a Ufal informa que já quitou R$ 1,1 milhão em faturas de janeiro a março. No entanto, há pendências que somam mais de R$ 3,2 milhões, principalmente referentes aos campi de Arapiraca, Sertão e A. C. Simões, impactados pelo contingenciamento de liberação de verbas federais.

A Administração Central da Ufal alertou coordenadores de curso, diretores de unidades e responsáveis por laboratórios sobre os riscos iminentes de interrupção dos serviços, e reafirmou estar tomando todas as medidas possíveis para evitar o colapso das atividades acadêmicas e hospitalares. A universidade encerra a nota lamentando a ausência de uma política pública efetiva de financiamento das instituições federais, que permita planejamento e execução compatíveis com suas necessidades reais.


Encontrou algum erro? Entre em contato