A Polícia Civil de Alagoas vai realizar no próximo dia 15 de julho a reconstituição ou reprodução simulada da ação policial que resultou na morte do garoto Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, em Palmeira dos Índios. 

A informação é de integrantes da comissão de delegados nomeada para acompanhar o caso. Os delegados ainda aguardam o resultado do exame residuográfico realizado para identificar se o garoto manuseou a arma supostamente encontrada com ele, de acordo com os policiais que participaram da abordagem.

Gabriel Lincoln foi morto no dia 3 de maio durante uma ação da Polícia Militar em Palmeira dos Índios. Imagens de câmeras de monitoramento mostram Gabriel sendo perseguido pela viatura da PM, porém, o momento em que os disparos ocorreram não foi registrado. O crime deixou a população chocada.

A versão oficial da PM é de que o rapaz desobedeceu a uma ordem de parada após empinar a moto e avançar um sinal vermelho. Os militares alegam ainda que o adolescente atirou contra a guarnição, o que teria motivado o revide. 

A família de Gabriel Lincoln contesta essa narrativa e afirma que o jovem era trabalhador, estudioso e nunca teve contato com armas. “Nunca viu uma arma. Nem de brinquedo”, declarou o pai de Gabriel.

Segundo o delegado Alexandre Leite, titular da  Diretoria de Polícia Judiciária da 3ª Região, a arma em questão possui número de registro, mas não está cadastrada no sistema da Polícia Federal.

O delegado comenta que o resultado do exame pode ter sido prejudicado pelo tempo decorrido entre a apreensão e a coleta. Ainda assim, o laudo é considerado essencial para o inquérito. A reprodução da abordagem ocorrerá no mesmo local e horário da morte do jovem, e contará com a presença de peritos criminais, testemunhas, delegados da Polícia Civil e representantes do Ministério Público Estadual.