Justiça
Promotora no caso Peu quer condenação por crime triplamente qualificado
Pedro Lúcio foi espancado com barra de ferro por torcedores do CRB em 2023O julgamento dos réus apontados como autores do espancamento e consequente morte do torcedor do CSA, Pedro Lúcio dos Santos, de 47 anos e conhecido como Peu, foi suspenso temporariamente no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió. Em entrevista ao Extra, a promotora de Justiça Adilza de Freitas, informou que o Ministério Público de Alagoas vai sustentar a acusação por homicídio triplamente qualificado por motivação torpe.
A promotora pontuou como qualificadora a vontade de vingança em função de um torcedor do CRB ter sido anteriormente agredido pela torcida organizada do CSA, aplicação de meios cruéis contra a vítima e corrupção de menor, já que dois jovens participaram do crime. Estão sendo julgados Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Cané.
O torcedor Peu foi agredido em 2023, após jogo entre CSA e Confiança no Estádio Rei Pelé. A vítima estava em um churrasquinho nas proximidades do Hospital Geral do Estado (HGE) quando foi abordado por torcedores do CRB. Ele tentou fugir, mas foi alcançado e espancado com uma barra de ferro. Após a agressão, Peu foi encaminhado ao HGE onde permaneceu por quatro dias e faleceu em função dos ferimentos.
"Vamos sustentar a acusação por homicídio triplamente qualificado por motivação torpe, consistente na vingança por terem executado o Pedro Lúcio em retaliação a uma agressão sofrida por um integrante da torcida criminosa do CRB. Outra qualificadora é o meio cruel como o crime foi praticado com multiplicidade de ferimentos, causando sofrimentos além do necessário e ainda o fator surpresa. A vitima estava em momento de descontração, em congraçamento com amigos após o jogo. Eles [acusados] chegaram e foram imediatamente jogando pedras e garrafas na vítima, que tentou se proteger. Eles estavam de carros e motos e alcançaram a vítima e agrediram. Também queremos a condenação pelo crime conexo de corrupção de menor, considerando que havia dois menores participando da agressão", enfatizou a promotora Adilza de Freitas.
Pelo crime do torcedor do CSA, foram denunciados dez integrantes da organizada do CRB, sendo que um está foragido e sete foram impronunciados pelo Superior Tribunal de Justiça por falta de provas. A mãe do réu Milton Pereira, dona Natalina, disse à reportagem do Extra que acredita na inocência do filho. Segundo ela, o responsável pela morte de Pedro Lúcio está solto na cidade. "Meu filho é inocente. Quem matou o Peu está solto. O promotor deu alvará de soltura a alguns, mas não deu ao meu filho. Isso não é justo", disse. Natalina também falou que o filho era amigo de Peu e que eles jogavam bola juntos.
O julgamento segue com o interrogatório dos réus e, posteriormente, as alegações finais da acusação e da defesa. A expectativa é que o processo tenha desdobramentos ao longo do dia. O caso causou grande repercussão em Alagoas.