Justiça

Promotora no caso Peu quer condenação por crime triplamente qualificado

Pedro Lúcio foi espancado com barra de ferro por torcedores do CRB em 2023
Por Tamara Albuquerque e Treicy Emmeline 02/10/2025 - 15:26
A- A+
Divulgação
Peu foi espancado e morreu em decorrência das lesões
Peu foi espancado e morreu em decorrência das lesões

O julgamento dos réus apontados como autores do espancamento e consequente morte do torcedor do CSA, Pedro Lúcio dos Santos, de 47 anos e conhecido como Peu, foi suspenso temporariamente no Fórum Desembargador Jairo Maia Fernandes, no Barro Duro, em Maceió. Em entrevista ao Extra, a  promotora de Justiça Adilza de Freitas, informou que o Ministério Público de Alagoas vai sustentar a acusação por homicídio triplamente qualificado por motivação torpe.

A promotora pontuou como qualificadora a vontade de vingança em função de um torcedor do CRB ter sido anteriormente agredido pela torcida organizada do CSA, aplicação de meios cruéis contra a vítima e corrupção de menor, já que dois jovens participaram do crime. Estão sendo julgados Milton Pereira da Silva Neto e Jonas Paulo Santana Cané.

O torcedor Peu foi agredido em 2023, após jogo entre CSA e Confiança no Estádio Rei Pelé. A vítima estava em um churrasquinho nas proximidades do Hospital Geral do Estado (HGE) quando foi abordado por torcedores do CRB. Ele tentou fugir, mas foi alcançado e espancado com uma barra de ferro. Após a agressão, Peu foi encaminhado ao HGE onde permaneceu por quatro dias e faleceu em função dos ferimentos. 

"Vamos sustentar a acusação por homicídio triplamente qualificado por motivação torpe, consistente na vingança por terem executado o Pedro Lúcio em retaliação a uma agressão sofrida por um integrante da torcida criminosa do CRB. Outra qualificadora é o meio cruel como o crime foi praticado com multiplicidade de ferimentos, causando sofrimentos além do necessário e ainda o fator surpresa. A vitima estava em momento de descontração, em congraçamento com amigos após o jogo. Eles [acusados] chegaram e foram imediatamente jogando pedras e garrafas na vítima, que tentou se proteger. Eles estavam de carros e motos e alcançaram a vítima e agrediram. Também queremos a condenação pelo crime conexo de corrupção de menor, considerando que havia dois menores participando da agressão", enfatizou a promotora Adilza de Freitas.

Pelo crime do torcedor do CSA, foram denunciados dez integrantes da organizada do CRB, sendo que um está foragido e sete foram impronunciados pelo Superior Tribunal de Justiça por falta de provas. A mãe do réu Milton Pereira, dona Natalina, disse à reportagem do Extra que acredita na inocência do filho. Segundo ela, o responsável pela morte de Pedro Lúcio está solto na cidade. "Meu filho é inocente. Quem matou o Peu está solto. O promotor deu alvará de soltura a alguns, mas não deu ao meu filho. Isso não é justo", disse. Natalina também falou que o filho era amigo de Peu e que eles jogavam bola juntos.

O julgamento segue com o interrogatório dos réus e, posteriormente, as alegações finais da acusação e da defesa. A expectativa é que o processo tenha desdobramentos ao longo do dia. O caso causou grande repercussão em Alagoas.


Encontrou algum erro? Entre em contato