CRISE ECONÔMICA
Oi pode ter de abrir mão de unidade móvel para escapar da crise
A Oi precisa tanto de dinheiro que aumentam os rumores de que a empresa está pronta para não só eliminar gordura, mas também alguns músculos.
A operadora de telecomunicações, que está nas etapas finais de uma enorme reestruturação da dívida, poderia vender a sua rede de telefonia móvel no Brasil, um de seus principais ativos, segundo analistas e meios de comunicação.
A operação poderia levantar até US$ 4,8 bilhões, além dos US$ 2 bilhões em ativos não essenciais que a Oi já colocou à venda, que incluem torres de celular e operações fora do Brasil.
Operadoras rivais poderiam estar dispostas a pagar sete ou oito vezes o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da unidade de telefonia móvel da Oi, pois “acabariam eliminando um concorrente relevante”.
O banco estima o Ebitda da unidade móvel da Oi – que não é divulgado pela empresa – em R$ 2,5 bilhões, de modo que uma venda com esse múltiplo levantaria de R$ 17 bilhões a R$ 20 bilhões. A Oi não quis comentar sobre a possível venda de sua unidade de telefonia móvel.
O conselho da Oi teria oferecido a divisão de telefonia móvel para concorrentes de maior porte, como Telefônica e Tim Participações, controlada pela Telecom Italia, segundo reportagem publicada na quarta-feira pelo jornal Valor Econômico.
A AT&T e uma operadora de telefonia móvel chinesa também teriam apresentado ofertas pela unidade, segundo reportagem da Reuters na quinta-feira. A Telefônica e a Tim negaram as informações publicadas pelo Valor Econômico. A AT&T não quis comentar.
Segundo matéria publicada no fim de semana pelo jornal O Globo, a Huawei Technologies e a China Mobile estariam avaliando uma parceria para fazer uma proposta por todos os ativos da Oi, sem citar fontes.
A Huawei disse em comunicado no domingo que fornece equipamentos para todas as operadoras de telecomunicações no Brasil e não tem planos ou interesse em adquirir nenhuma operadora no país.
A Oi é a quarta maior operadora de telefonia móvel do Brasil, com quase 38 milhões de linhas ativas, segundo a Anatel. Isso equivale a cerca da metade da líder de mercado Vivo, controlada pela Telefônica, que possui quase 74 milhões de linhas ativas.