ECONOMIA

Norte e Nordeste têm maior número de casas com insegurança alimentar

Pandemia agravou quadro e 60% da população não tem acesso permanente à alimentação, diz IBGE
Por Brasil 61 28/04/2024 - 09:23

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Agência Brasil
Regiões Norte aparece com 60,3% e o Nordeste com 61,2% em população com insegurança alimentar
Regiões Norte aparece com 60,3% e o Nordeste com 61,2% em população com insegurança alimentar

Moradores das regiões Norte e Nordeste são os mais afetados pela insegurança alimentar no Brasil. É o que indica o recente levantamento do módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados revelam que as regiões Norte aparece com 60,3% e o Nordeste com 61,2%.

Segundo o economista Aurélio Trancoso, é preciso ter uma gestão pública independente — sem levar em consideração a parte política. Na opinião do especialista, o aumento de impostos e a nova carga tributária podem complicar ainda mais esse cenário.

“As pessoas não conseguem hoje comprar. Nós ficamos mais pobres depois da pandemia, não teve aumento de salário e teve aumento de produtos”, lamenta. O analista da PNAD Contínua André Luiz Martins Costa avalia o resultado da pesquisa:

“São 20,6 milhões de brasileiros em domicílios que tiveram o grau de insegurança alimentar moderada ou grave, que são graus associados a domicílios que passam por uma restrição severa de alimentos em quantidade e variedade”. Ao complementar, André Luiz diz que essa insegurança alimentar também é marcada por desigualdades:

“Domicílios no norte e nordeste apresentam um nível de insegurança alimentar maior se comparado com aqueles domicílios das regiões sudeste e sul também são notáveis com relação à comparação de domicílios com segurança alimentar ou com insegurança alimentar”, aponta.



Insegurança alimentar


A insegurança alimentar ocorre quando os moradores do domicílio não têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, conforme o Ministério da Saúde. Ela pode ser classificada da seguinte forma:

Insegurança alimentar leve: quando há comprometimento da qualidade da alimentação em detrimento da manutenção da quantidade entendida como adequada;

Insegurança alimentar moderada: ocorrem modificações nos padrões usuais da alimentação entre os adultos simultaneamente à restrição na quantidade de alimentos entre os mesmos;

Insegurança alimentar grave: são caracterizados pela quebra do padrão usual da alimentação com comprometendo a qualidade e a redução da quantidade de alimentos de todos os membros da família, inclusive das crianças, podendo ainda incluir a experiência de fome.

Os dados da pesquisa revelam que 21,6 milhões de domicílios (27,6%) são afetados por algum grau de insegurança alimentar. A forma mais grave engloba cerca de 3,2 milhões de domicílios (4,1%).

O levantamento mostra ainda que, enquanto as regiões Norte e Nordeste têm menor possibilidade de ter domicílios em segurança alimentar, a pesquisa revela que o Centro-Oeste com 75,7%, Sudeste 77,0% e Sul 83,4% apontam maiores percentuais.

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