PANDEMIA

Estudo da Fiocruz mostra que no Brasil todas as vacinas têm alta eficácia

Por Redação com Outaspalavras.net 15/12/2021 - 16:27

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Agência Brasil
Estudo da Fiocruz mostra eficácia das vacinas como animadora
Estudo da Fiocruz mostra eficácia das vacinas como animadora

Estudo realizado pela Fiocruz através do projeto VigVac revela que as quatro vacinas utilizadas no Brasil dão proteção acima de 85% contra a hospitalização e acima de 89% contra as mortes por covid-19.

A pesquisa utilizou os dados coletados pela Campanha Nacional de Vacinação, o sistema de registros e-SUS Notifica e as Notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave. Compilou todas as informações de vacinação, internações e óbitos disponíveis, e fez um relatório da eficácia na vida real das vacinas CoronaVac, Oxford/Astrazeneca, Pfizer/BioNTech e Janssen/Johnson & Johnson.

Os resultados podem decepcionar os sommeliers de vacina: há, na verdade, pouca diferença entre elas. O site outraspalavras.net divulgou o material e o resultado do estudo. A CoronaVac, vacina que primeiro começou a ser distribuída (portanto a que imunizou grupos prioritários como idosos e profissionais da saúde), chegou ao braço de mais de 40 milhões de brasileiros. 

Entre a população de 18 a 59 anos, apresentou uma eficácia entre 89% e 93% contra óbitos, 85% a 91% contra internações e 66% a 72% contra infecções leves. Na população idosa, ela perde efetividade: protegeu de 69% a 86% contra mortes e de 64% a 81% contra internações. A AstraZeneca foi a vacina mais utilizada em brasileiros, especialmente entre os meses de abril a julho – e abrangeu todas as faixas etárias. Foi muito efetiva: 91% dos idosos com mais de 80 anos ficaram protegidos contra a morte – porcentagem que aumenta na faixa dos 60 aos 79 anos e chega a 99% entre aqueles que têm entre 18 e 59 anos. Hospitalizações também caem bruscamente, com variação entre 87% e 98%.

A Pfizer, empresa cujos 53 emails de oferta de vacina foram ignorados pelo governo federal em 2020, começou a ser aplicada apenas em abril, e alcançou seu pico de aplicações em agosto – chegando a 50 milhões de brasileiros, especialmente os mais jovens. Esse fato fez com que os dados relacionados à sua aplicação em idosos, mais escassa, não sejam tão confiáveis. Mas em relação à população com idade entre 18 e 59 anos, a proteção foi também muito grande: entre 98% e 100% contra mortes; 96% a 99% contra internações; 94% a 97% contra casos mais brandos. 

Segundo o estudo, a vacina com números menos favoráveis foi a Janssen, mas isso explica-se também pelo fato de que apenas 4 milhões de brasileiros foram vacinados com ela – portanto os dados são mais frágeis. Em idosos de mais de 80 anos, teve proteção de 91% contra mortes e 93% contra internações. Entre aqueles na faixa de 18 a 59, apresentou eficácia de 84% a 92% contra mortes; 88% a 91% contra internações; 68% a 73% contra infecções.

O relatório da VigiVac explica que há de se fazer considerações importantes em relação aos números extraídos. Elas dizem respeito ao período a que os dados se referem e ao momento em que cada vacina estava sendo utilizada. A diferença de efetividade entre o imunizante CoronaVac e o da Pfizer deve se explicar principalmente porque a primeira foi oferecida às populações mais vulneráveis, e num período muito mais crítico da pandemia – entre os meses de janeiro e abril, quando a covid-19 estava descontrolava e morreram mais de 208 mil brasileiros. 

Além disso, por ser a vacina que foi administrada há mais tempo, seus números de efetividade já podem estar registrando a queda na proteção, esperada após alguns meses.

Portanto, continua valendo a máxima: vacina boa é a que tem no postinho. Todos os laboratórios, inclusive, já estão pesquisando se a variante ômicron faz cair a eficácia. Embora a maior parte dos cientistas afirme que muito dificilmente a imunidade já conquistada perderá totalmente a sua relevância. 

No próximo ano, tudo indica que as doses de reforço deverão ser intensificadas se quisermos manter o controle da pandemia. Não há, portanto, motivo para rejeitar nenhuma dose de vacina.


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