Juiz suspende pesquisa que entrevistou eleitores em bairros inexistentes

A mais recente pesquisa eleitoral sobre a preferência de votos no município de Palmeira dos Índios não será divulgada por determinação da Justiça eleitoral. O juiz André Luis Parizio Maia Paiva, da 10ª Zona Eleitoral acatou o pedido da coligação “Trabalhando com a Verdade”, da candidata Mosabelle Ribeiro, que detectou irregularidades na pesquisa, como a entrevista de eleitores em bairros não existentes na cidade.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Data Sensus e registrada no TER de Alagoas, mas apresentou inconsistências que levaram o juiz a decretar, nesta segunda-feira,9, a suspensão da divulgação, até que as falhas sejam esclarecidas.

Segundo o documento expedido, o juiz afirma verificar “elementos suficientes para a concessão da liminar pretendida. Isso porque, de fato, conforme documento de id. 38573863, vê-se que há indicação do bairro ‘Denilma Bulhões’ o qual não existe [na cidade]. Além desse bairro apontado pela Representante, destaco que aparentemente há outras localidades que não condizem com a realidade, como os bairros Oasis I e II, o que deve ser esclarecido”.

Segundo o juiz, as informações da pesquisa fazem com que pairem dúvidas razoáveis sobre a sistemática de coleta dos dados pesquisados, notadamente o encerramento da pesquisa em relação ao registro no Sistema próprio, o que também deve ser esclarecido pelo Data Sensus. “Resta evidente que a divulgação dos dados da pesquisa deve ser suspensa, ao menos até os esclarecimentos necessários, sob pena de causar impactos irreversíveis no pleito eleitoral vindouro”, argumenta o juiz.

O Data Sensus terá 2 dias para apresentar esclarecimentos e o não cumprimento da suspensão da pesquisa resultará no pagamento de R$ 100 mil diários. A pesquisa favoreceria o candidato Júlio Cezar, já que aliados teriam marcado a divulgação antecipada dos dados, segundo a coligação “Trabalhando com a Verdade”.