Dantas sobe em palanque com Lula e volta a dizer que é vítima de 'armação eleitoral'

Ao lado de políticos e apoiadores, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu agenda de campanha nesta tarde, em Maceió. Num palanque montado à frente do Palácio do Governo, na Praça dos Martírios, o candidato petista cedeu espaço para o discurso dos aliados, incluindo o governador e candidato Paulo Dantas (MDB), que esta semana foi afastado do cargo por 180 dias pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), alvo de uma operação da Polícia Federal. 

A corte especial do Superior Tribunal de Justiça está reunida, desde às 14 horas, para analisar a decisão da ministra Laurita Vaz que afastou Dantas do cargo. O colegiado que reúne os 15 magistrados mais antigos da corte, não só está analisando as medidas cautelares decretadas pela ministra Laurita, mas a manutenção do sigilo do inquérito, que se debruça sobre supostos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. 

Dantas foi ovacionado pelos participantes do evento de Lula e atribuiu o seu afastamento a uma armação política.  O governador reagiu à operação, qualificando o processo como 'encenação' e 'fake news travestida de oficialidade', além de afirmar que uma ala da Polícia Federal foi 'aparelhada para atender interesses político-eleitorais'.

Dantas citou os nomes de Arthur Lira e do seu oponente nas urnas, Rodrigo Cunha. "Eles não são soberanos e quem vai escolher o governador é Alagoas. Eu sou ficha limpa", disse.

Lula fez uma discurso acompanhado por gritos de apoio da população, prometeu reconstruir o Brasil, citou programas que serão executados num possível mandato e pontuou áreas para investimento, como agricultura, educação e trabalho. O candidato petista prometeu valorizar o salário mínimo, acariciou o ego da população feminina e nordestina. "O povo do Nordeste merece ser respeitado". Lula afirmou que seu governo  vai lutar contra os preconceitos no país e garantiu que, quando eleito, vai acabar com a ocupação de terras indígenas para o garimpo ilegal ou outras explorações.

No discurso, Lula disse que o país voltará a ser protagonista internacional e encerrou sua elogiando Renan Calheiros no papel de relator da CPI da Covid-19. Disse que o documento resultante da CPI servirá para colocar o candidato Bolsonaro na cadeia. Para o governador Paulo Dantas, Lula dirigiu apoio e pediu voto da população no segundo turno das eleições. "Todo mundo é inocente até que provem o contrário" . O petista voltou a comentar que a condenação de Dantas é "precipitada".