ELEIÇÕES 2022
Cunha e Caldas seguem candidatos; Lira atrai prefeitos com orçamento secreto
Collor ainda não definiu partido e Sérgio Moro não empolga Podemos em Alagoas
O senador Rodrigo Cunha (PSDB) e o ex-deputado federal João Caldas (PSB) são candidatos nas próximas eleições. Caldas mira uma vaga a deputado federal; Cunha é dado como peça certa na disputa ao governo do Estado.
O roteiro novelesco do orçamento secreto mostra também os poderes do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Um dos líderes do Centrão, Lira tem capacidade de movimentar R$ 16 bilhões – valores que prometem ser bem maiores em 2022 – através das emendas do relator.
Assim, Lira é o dono dos destinos das votações no Congresso e de seus indicados na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba em Alagoas (Codevasf). Seu primo, Joãozinho Pereira, assumiu a representação local da estatal. E ela mantem obras em todas as cidades alagoanas, além de distribuir maquinário. O senador Fernando Collor (PROS), por exemplo, surfa no prestígio da companhia e associa sua imagem à farta entrega de material para os municípios.
Lira parte para a reeleição através de um acordo com os prefeitos. Sua recondução a Brasília é dada como certa e a ordem é que ele seja o mais votado no estado. Ou no país.
Lira e Collor terminam o ano mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL), porém o senador está filiado a um partido liderado por aliados do senador Renan Calheiros (MDB). O presidente da Câmara continua no PP. O senador não deve migrar para o PL de Bolsonaro porque em Alagoas ele será encabeçado pelo deputado federal Sérgio Toledo, aliado dos Calheiros.
Collor manda hoje em dois partidos: o PTB e o PTC. Deve seguir para um dos dois quando a janela da infidelidade eleitoral for aberta em 2022.
Futuro ninho dos seguidores do presidente, o União Brasil será liderado em Alagoas por Marcelo Victor (Solidariedade), presidente da Assembleia, em busca da reeleição e aliado de primeira hora de Lira. O PSL também é comandado por Victor através do seu pai, o ex-deputado estadual Gervásio Raimundo.
Enquanto Lira e Collor buscam propagar o nome de Bolsonaro em Alagoas, o presidente da República enfrenta grave crise de popularidade e, de acordo com os institutos de pesquisa, perderia as eleições logo no 1º turno.
O ex-juiz Sérgio Moro, no Podemos, também não emplacou a prometida terceira via, não alcançou dois dígitos nos levantamentos e, em Alagoas, sua candidatura não empolga. O Podemos é vinculado ao projeto de poder dos Calheiros. Será liderado pelo deputado federal Severino Pessoa e não deve lançar um candidato próprio a governador, tornando improvável a visita do mandachuva da República de Curitiba a Alagoas. O principal plano do Podemos é reeleger Severino na Câmara e buscar uma vaga na Assembleia para Fabiana Pessoa, atual secretária estadual da Assistência Social.
No governo, Fabiana não é a única que busca vaga no Legislativo: Maykon Beltrão (Agricultura) disputa a segunda cadeira dos Beltrão a federal. A outra está com Marx, do PSD, que quer a reeleição. Alfredo Gaspar (Segurança Pública) também segue alinhado ao projeto de ocupar uma das nove cadeiras na Câmara dos Deputados. Maurício Quintella Lessa (Infraestrutura), Rafael Brito (Educação) e Alexandre Ayres (Saúde) têm o objetivo de vencer para a Assembleia.
Destaque na Assembleia é o deputado Davi Davino (PP), que ficou em terceiro lugar nas eleições para a Prefeitura de Maceió e vai concorrer a deputado federal. Sua mãe, Rose Davino, quer ser deputada estadual. O pai Davi segue vereador na capital.
Na Câmara de Vereadores de Maceió também há candidatos: Brivaldo Marques (PSC), Cal Moreira (PSC), Silvânia Barbosa (MDB), João Catunda (PSD), Eduardo Canuto (Podemos), Olívia Tenório (MDB) estão no páreo para deputado estadual ou federal. Nesta lista chama a atenção o nome de Catunda, aliado de Arthur Lira.
No PSD, de Marx Beltrão, o ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira briga por uma vaga a federal. Lida com uma sina que envolve ex-gestores da capital alagoana: não conseguiram se eleger a mais nada.
Em Arapiraca, o prefeito Luciano Barbosa (MDB) monta os caminhos para o filho Daniel Barbosa encarar a votação a federal, mas não no MDB. Ele negocia com o PP, de Arthur Lira, e o PT. Se virar petista, pode ajudar a reeleição do deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão.
Em Matriz do Camaragibe e São Luís do Quitunde, o ex-prefeito Cícero Cavalcante quer reeleger Flávia deputada estadual. Em Paripueira, o prefeito Abrahão Moura vai pela reeleição da filha Cibele na Assembleia, assim como Quebrangulo busca manter Davi Maia na Casa de Tavares Bastos.
A família Lira também quer estender suas redes: Jó Pereira (MDB) não deve disputar de novo uma vaga na Assembleia. Seu nome está posto a federal e pelo PP.
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