O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, concedeu uma entrevista ao jornal Valor Econômico, na qual afirmou que o presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT), cometeria "um grande erro" se não indicasse um ministro ou ministra negra para ocupar uma vaga na Corte. Barbosa, que foi o primeiro e único ministro negro da história do STF, destacou os avanços nas políticas de igualdade racial desde sua nomeação e enfatizou a importância de se manter esse progresso.
"Lula foi ousado ao me nomear. Na época, o Brasil ainda vivia o mito da democracia racial. Seria contraditório e paradoxal, 20 anos depois, quando houve avanços nas políticas de igualdade racial iniciadas no primeiro governo Lula, que este governo não nomeasse pelo menos um negro", ressaltou Barbosa.
Atualmente, a vaga em questão é a do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em abril. O candidato mais cotado para assumir esse posto é Cristiano Zanin, advogado que defendeu Lula nos processos relacionados à Operação Lava Jato.
Embora Barbosa não acompanhe o cotidiano da Corte atualmente, quando questionado sobre o papel do Supremo no combate ao bolsonarismo radical, ele opinou que é necessário "mais sobriedade" por parte do presidente. Ele defendeu uma postura moderada na tomada de decisões importantes para o país, sem a necessidade de alardes e exposição excessiva.
Barbosa também mencionou a importância de um contraste entre o governo atual e o anterior em relação à comunicação. Ele citou os "shows semanais" do ministro da Justiça, Flávio Dino, e afirmou que Lula continua sendo muito expressivo em suas declarações. Segundo Barbosa, um país que está deixando para trás a truculência do governo Bolsonaro precisa de um ambiente mais tranquilo.
"Um país que está saindo da truculência dramática como foi o governo Bolsonaro merece um pouco mais de calmaria", concluiu o ex-ministro.
Nessa entrevista, Joaquim Barbosa expressou sua opinião sobre a importância de uma representação negra no STF e destacou a necessidade de uma abordagem mais moderada por parte do presidente Lula. O ex-ministro também ressaltou a importância de um contraste entre os estilos de governo atual e anterior.
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