BNDES destina R$ 150 milhões para combater incêndios no Cerrado e Pantanal em ação inédita

Por Sputnik Brasil 18/07/2025 - 23:58
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BNDES destina R$ 150 milhões para combater incêndios no Cerrado e Pantanal em ação inédita

Com o intuito de implementar medidas de prevenção e combate a incêndios florestais nos biomas do Cerrado e Pantanal, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) autorizou a alocação de até R$ 150 milhões, provenientes do Fundo Amazônia, para o projeto "Manejo Integrado do Fogo", recursos esses não reembolsáveis.

Este projeto é fruto de uma colaboração interministerial proposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, representando a primeira iniciativa do fundo voltada para o enfrentamento de incêndios em biomas além da Amazônia Legal.

O Fundo Amazônia é administrado pelo BNDES, sob a supervisão do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA).

O projeto oferecerá suporte às ações do Corpo de Bombeiros Militar e das brigadas florestais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal, além da Força Nacional de Segurança Pública.

O objetivo principal é fortalecer a capacidade de resposta frente ao agravamento dos incêndios florestais, como o observado em 2024, e diante da expectativa de novos episódios extremos para este ano.

"O avanço dos incêndios florestais e das queimadas não autorizadas em biomas como o Cerrado e o Pantanal tem exigido uma resposta emergencial e integrada do Estado brasileiro", declarou, em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

"Em 2024, o país enfrentou um cenário crítico e atípico de fogo, com impactos sobre a vegetação nativa, sobretudo no Pantanal, na Amazônia e no Cerrado. No Cerrado, foram 9,7 milhões de hectares queimados em 2024; e no Pantanal, 1,9 milhão de hectares. Sob orientação do presidente Lula, estamos ampliando as ações de monitoramento e controle de incêndios florestais e queimadas", avaliou Mercadante.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, ressaltou, em nota, a importância de intensificar as ações de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal e no Cerrado, biomas que têm sido severamente impactados pelos incêndios nos últimos anos.

"O apoio do Fundo Amazônia será essencial para garantir que as unidades do Corpo de Bombeiros nos estados afetados sejam devidamente treinadas e equipadas com caminhões-tanque e bombas costais, por exemplo, e possam atuar de forma coordenada com o governo federal no controle dos incêndios", destacou à Agência Brasil.

"Para que o Brasil tenha uma governança do fogo à altura dos desafios impostos pela mudança do clima, é fundamental que todos os entes federativos estejam fortalecidos em suas capacidades para cumprir com suas responsabilidades, conforme a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo", defendeu Marina.

O projeto "Manejo Integrado do Fogo" está estruturado em três níveis: local, estadual e interestadual. No nível local, serão apoiadas brigadas florestais compostas por moradores treinados e registrados nos corpos de bombeiros militares, sendo consideradas a primeira linha de defesa contra o fogo. No nível estadual, a prioridade será reforçar a infraestrutura do Corpo de Bombeiros com veículos e equipamentos adequados. Já no âmbito interestadual, o projeto busca fortalecer as operações da Força Nacional de Segurança Pública em ações integradas.

Os investimentos incluem caminhonetes 4x4 equipadas com kits de combate a incêndios, bombas costais, sopradores, drones, GPS portáteis, notebooks e veículos especializados, como auto bomba tanque florestal (ABTF), caminhão-tanque, caminhões de salvamento, guinchos e veículos de carga.

Cada estado participante deverá formalizar uma parceria com o Ministério da Justiça, comprometendo-se a utilizar os recursos exclusivamente para ações de prevenção e combate aos incêndios e a manter a conservação dos equipamentos fornecidos.

"Estamos nos antecipando a eventuais problemas futuros, utilizando a experiência adquirida nos combates às queimadas dos últimos anos para avançar", afirmou, em nota, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

"Vamos continuar protegendo nossos biomas por meio de um esforço conjunto, com inteligência compartilhada e integração entre o governo federal e suas forças, como a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Força Nacional, além do Corpo de Bombeiros e das brigadas florestais estaduais. Paralelamente, temos uma ação concreta em andamento, que é o projeto de lei elaborado pelo ministério para tornar as penas mais severas em casos de incêndios criminosos, que atualmente tramita no Congresso Nacional", esclareceu Lewandowski.


Por Sputinik Brasil


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