Pobre Alagoas
A cada eleição reduz-se o grupo econômico que domina Alagoas desde os tempos do engenho banguê. Nas últimas décadas, o estado foi dirigido pela oligarquia do açúcar, que mandava e desmandava, indicando seus próprios representantes nos três poderes da República.
A partir do colapso do ciclo da cana-de-açúcar, surge uma nova elite econômica que busca manter a hegemonia política e comandar os destinos de Alagoas, sem maiores preocupações com os interesses populares.
A base dessa nova realidade foi lançada nas eleições de 2014 através de um tácito acordão que elevou a família Calheiros ao topo do comando político e selou o destino da oposição no estado. No pleito deste ano, o clã de Murici joga sozinho em campo aberto para consolidar sua liderança em Alagoas.
Com a oposição fora de combate, o estado corre o risco de cair no domínio de um único grupo político e repetir a tragédia social do Maranhão após várias décadas sob a dominação da oligarquia Sarney, que exerceu o poder a ferro e a fogo.
Nunca é demais lembrar que Alagoas - apesar de suas riquezas naturais e geograficamente privilegiada – empacou na rabeira dos demais estados em todos os indicadores sociais. Somado tudo, temos dois terços da população vivendo abaixo da linha de pobreza e um exército de miseráveis.