Conteúdo do impresso Edição 1261

XADREZ POLÍTICO

Calheirismo quer PT como vice de Rafael Brito para trazer Lula a Alagoas

Partido resiste em abrir mão de nome à Prefeitura de Maceió
Por ODILON RIOS 13/04/2024 - 05:00

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Partido de Brito enxerga Lula como potente cabo eleitoral
Partido de Brito enxerga Lula como potente cabo eleitoral

Enquanto a vereadora Teca Nelma cresce e aparece dentro do PT de Alagoas, o candidato a prefeito do partido, Ricardo Barbosa, assiste ao próprio Palácio República dos Palmares desfalcar sua iniciativa de construir um espaço na oposição ao prefeito de Maceió, JHC (PL), que caminha como favorito para a reeleição. Isso acontece porque a prioridade dos governistas, liderados pelo senador Renan Calheiros (MDB), é a candidatura do deputado federal Rafael Brito (MDB), estrategicamente construído para chegar ao segundo turno. Enquanto isso, nem o governador Paulo Dantas (MDB) segue Barbosa no Instagram, canal mais utilizado pelo pré-candidato petista. O sinal de desprestígio também indica que o PT abrirá mão da cabeça de chapa para ser vice de Brito. Isso para atrair o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na caravana eleitoral pelo país.

Por outro lado, Ricardo Barbosa desmente o acordo com o MDB. Existe, como diz, entendimento com Dantas. O PT ocupa duas secretarias: Recursos Hídricos e Direitos Humanos, ambas com orçamento reduzido e ações de pouco impacto social. “Quero pessoalmente esclarecer que, embora possa haver mudanças no cenário político até as convenções partidárias, no momento deve-se respeitar o Partido dos Trabalhadores de Maceió, cujo Diretório homologou por unanimidade de votos minha pré-candidatura a Prefeito de Maceió. Sou pré-candidato sim! Em respeito ao PT, PV e PCdoB, e seus legados históricos, e principalmente em respeito ao povo da minha querida Maceió”, disse Barbosa.

Rafael Brito precisa definir quem será seu vice - e logo. Diferente do prefeito JHC, que deve adiar ao máximo essa decisão. Porque existe acordo com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP) para ele indicar o vice.

Por outro lado, Rafael Brito precisa definir quem será seu vice - e logo. Diferente do prefeito JHC, que deve adiar ao máximo essa decisão. Porque existe acordo com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP) para ele indicar o vice. Vencendo a reeleição, Jota deve deixar a Prefeitura dois anos depois, um lirista assume a chefia do Executivo municipal e JHC parte para a disputa ao Governo de Alagoas. Estamos falando do ano de 2026.

Enquanto existe aparente coesão no grupo de Arthur Lira, há quem discorde, no calheirismo, do leque de candidaturas aberto em seis frentes na oposição, mirando JHC. “O grupo deveria se unir em torno apenas de Rafael Brito”, explica um dos articuladores do Palácio República dos Palmares. “Rafael está crescendo bem e tem espaço para crescer mais especialmente trazendo o Lula para Alagoas”. O parlamentar federal tem duas características. Uma positiva e outra negativa, segundo este articulador: “O Rafael deu um show na Educação, o JHC é um desastre justamente nessa área. Foram quatro secretários de Educação em quatro anos. Maceió despencou em todos os índices educacionais quando comparado ao Rui [Palmeira]. Diminuiu as vagas de creche, não recebeu as creches Cria construídas pelo Governo do Estado. Sem dúvidas a maior vantagem do Rafael é a comparação”. Há o outro lado da moeda: “O histórico do MDB nas eleições de Maceió”.

Renan Calheiros nunca conseguiu emplacar um candidato próprio na Prefeitura de Maceió. E o MDB, quando ainda não era liderado por Renan, venceu as eleições da capital pela última vez em 1985. Na sequência, enquanto crescia o prestígio de Calheiros nos cenários local e nacional, o MDB descia ladeira abaixo na eleição da capital: Ronaldo Lessa (PSB, 1992); Kátia Born (PSB, 1996-2004) e a inversão mais à direita das gestões, com Cícero Almeida (PP), Rui Palmeira (PSDB) e JHC (PSB). Saindo das eleições à Prefeitura da capital e reunindo os votos em todo o Estado, o MDB alcança resultados melhores. Elegeu 4 governadores desde a redemocratização: Collor (1986), Divaldo Suruagy (1994), Renan Filho (2014-2018) e Paulo Dantas (2022). Também em 2022 o MDB passa a contar com duas vagas ao Senado: Renans pai e filho.


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