Conteúdo do impresso Edição 1268

OPORTUNIDADES DA EDUCAÇÃO

Apenas 12 municípios alagoanos têm índice de desenvolvimento acima de 5

Maceió se manteve no quadrante crítico e Alagoas ficou abaixo da média do país
Por MARIA SALÉSIA 01/06/2024 - 06:00
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REPRODUÇÃO
evolução de Teotônio Vilela
evolução de Teotônio Vilela

Dos 102 municípios alagoanos, apenas 12 apresentam Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB 2021-2023) acima de 5, embora a média do país seja 5.1. Maceió registrou índice de 4,3 e está em situação crítica. Em relação aos estados brasileiros, Alagoas se manteve no quadrante em desenvolvimento com 4,8.

Apesar dos números nada animadores, a maioria dos municípios do estado apresenta IOEB acima de 4. De acordo com o estudo, Alagoas vem melhorando as oportunidades de educação básica, mas apenas 12 dos 102 municípios oferecem 50% das oportunidades que poderiam oferecer.

Em relação a Maceió, a capital alagoana tem aumentado as oportunidades educacionais ao longo dos anos, mas a variação de crescimento considerando os últimos anos não avançou muito. É como se estivesse garantindo as oportunidades ao longo dos anos sem maiores investimentos para a melhoria. É que na série histórica, o índice de 2015 era de 3,6, em 2017 de 3,7, 2019 de 4,3, 2021 de 4,6 e 2023 retornou a 4,3. No cenário geral, Alagoas começou com 3,7, evolui na edição seguinte para 4,2, depois 4,5, em seguida 4,7 e no período atual para 4,8.

Alguns dados chamam a atenção. O município de Marechal Deodoro, que fica na Região Metropolitana de Maceió e é um dos mais populosos e ricos do estado, teve índice de 3,4 em 2015, 3,8 em 2017, 3,9 em 2019 e em 2021 e 2023 repetiu 4,6. Já em Paulo Jacinto, com cerca de sete mil habitantes, o IOEB em 2015 foi de 3,4, 2017 de 3,8, 2019 de 4,4 e em 2021 e 2023 foi de 4,4. Apesar de apresentarem índice tão próximo com realidades totalmente diferentes, ambos iniciam a série histórica com 3,4, mas a evolução entre eles é distinta do ponto de vista do valor do índice, mas também do avanço da variação do IOEB nos últimos anos.

Marechal Deodoro e Paulo Jacinto estão no quadrante em desenvolvimento, mas com localização bem distinta. É que Marechal está em desenvolvimento próximo ao quadrante otimizado, enquanto Paulo Jacinto está em desenvolvimento mais próximo do quadrante crítico. A diferença total do índice de 0,2 entre dois territórios pode ser mais representativo do que o número em si.

Na análise geral, municípios menores (abaixo de 50 mil habitantes) têm situação mais crítica, sinalizando para maior demanda de apoio em termos de regime de colaboração entre estado e município e colaboração entre municípios para redução das desigualdades educacionais. De acordo com Roberta Panico, diretora da Roda Educativa e gestora do IOEB, o índice pode ser pensado como um provocador de articulações intersetoriais e institucionais que se corresponsabilizam pela educação.

O município de Japaratinga apresentou o pior resultado do estado. Obteve índice de 3,5, seguido por Traipu que está em desenvolvimento com 3,8. Em relação aos 10 municípios brasileiros que tiveram avanço entre 2019 e 2023, Ibateguara ficou na 9ª posição com 24,6, se classificando no quadrante em desenvolvimento. Quando se trata dos municípios do país com os maiores IOEB em 2023, apenas Teotônio Vilela aparece com índice de 6,5 e se encontra no patamar de otimizado. Coruripe ficou com índice de 5,9 na classificação de atenção. Água Branca teve IOEB de 4,3 e está classificado no quadrante em desenvolvimento. Anadia 5 e aparece na relação de otimizado, assim como Arapiraca. Atalaia com 4,2 em desenvolvimento. Belém em 4,8 é crítico. A educação miguelense apresentou destaque nesse índice, saindo de 3,9 pontos (em 2015 - primeiro ano de execução) e alcançou 5 pontos em 2023.


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