Conteúdo do impresso Edição 1276

ELEIÇÕES

Lenilda projeta ‘grande brigada de educação’ e reajuste de 100% a professores

Candidata da UP é a única mulher na disputa e defende ‘analfabetismo zero’
Por ODILON RIOS 27/07/2024 - 06:00
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Divulgação
Lenilda critica parceria da prefeitura com iniciativa privada no Gigantinhos
Lenilda critica parceria da prefeitura com iniciativa privada no Gigantinhos

A única mulher na disputa pela Prefeitura de Maceió é Lenilda Luna, jornalista, longa trajetória sindical e filiada à Unidade Popular, que se intitula “partido de esquerda e revolucionário, fundado em 2016 e registrado oficialmente em 2019”. Também é a única, entre todos os pré-candidatos, que tem um programa para zerar o analfabetismo e “transformar Maceió na melhor cidade do país para educação”.

A prioridade máxima: a construção de creches nos bairros. Creches precisam de pessoal. Para isso, a UP projeta a contratação através de concurso público “com salários dignos, compatíveis com os direitos estabelecidos num plano de cargos e carreira, que leve em conta capacitação e qualificação”. Os educadores terão reajuste de 100% nos salários.

O critério para a construção de creches será por pesquisa social: saber quantas famílias trabalhadoras precisam de vagas, onde moram estas pessoas e projetar a construção destes prédios. “Uma gestão que defende os direitos sociais da classe trabalhadora concebe as creches como uma prioridade máxima. Tem que oferecer qualidade e segurança, tanto no ambiente como nas pessoas que trabalham no local”, analisa Luna.

O objetivo é que nenhuma criança em idade de creche fique de fora deste programa. E como funcionará esta instituição? Vai oferecer horário integral, até às cinco da tarde e uma brinquedoteca noturna, garantindo que as mães cheguem para levar os filhos para casa após o horário do expediente. Cada escola de educação infantil, assim como cada creche, terá um corpo técnico nas áreas de assistência social, psicológica, nutricional além de saúde. “Uma equipe multiprofissional para cuidar das crianças de Maceió”. 

MELHOR: TUDO DE GRAÇA

A crença de Lenilda Luna é que, em quatro anos, o déficit de crianças em idade de creche zere, além da taxa de analfabetismo. “Em pleno século 21, é inadmissível que Maceió tenha, segundo dados do IBGE (Censo 2022), a maior taxa de analfabetismo entre todas as cidades brasileiras. São mais de 500 mil pessoas que não sabem ler e escrever. Isso representa 8,4% da população da capital”, explica a candidata.

“A gestão da Unidade Popular vai convocar uma grande brigada de alfabetização nos bairros, locais de trabalho e nas escolas, no período noturno. A proposta é zerar o analfabetismo já no primeiro ano de gestão. Como dizia Darcy Ribeiro, a crise da Educação é um projeto das elites brasileiras para manter um povo ignorante e submisso”, analisa.

O programa buscará parcerias com instituições públicas. Uma delas é a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), além de movimentos sociais e sindicais. “O governo da Unidade Popular vai garantir que todos os trabalhadores e trabalhadoras tenham acesso ao letramento, incorporando o método desenvolvido pelo grande educador pernambucano Paulo Freire”, explica a jornalista.

Outro objetivo é estimular a participação popular através de conferências de educação “que reunirá professores, funcionários, estudantes, pais e mães, para decidir os investimentos na educação, mudanças curriculares e demais assuntos referentes a educação”. Todos os contratos na educação serão auditados periodicamente. E o serviço público também vai garantir recreação para as crianças nos horários em que elas não estiverem na escola.

Mas hoje a Prefeitura de Maceió leva adiante o programa Gigantinhos. Por que ele não serve? “O que vimos foi uma correria para transformar galpões abandonados em creches, como no caso do “gigantinho” que fica às margens de um cruzamento na Av. Menino Marcelo. Um local inclusive mal sinalizado, com risco de atropelamento de mães trabalhadoras apressadas em levar seus filhos, porque precisam trabalhar. Além disso, a gestão dessas creches foi entregue às parcerias público-privadas, quando deveriam ficar sob a responsabilidade direta do poder público, para garantir a participação da comunidade nos conselhos de educação e fiscalizar a correta aplicação dos recursos públicos”, analisa Lenilda.


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