PL quer maioria na Câmara e prepara JHC para 2026

O Partido Liberal (PL), cuja vitrine é o ex-presidente Jair Bolsonaro e o prefeito JHC, virou a grande aposta nas urnas alagoanas. A legenda não elegeu ninguém em 2020. Hoje, tem 10 vereadores – todos disputando a reeleição. Pretende alcançar mais duas ou três cadeiras no legislativo da capital.

Pelo grupo formado na capital, estão no páreo o futuro presidente da Câmara Marcelo Palmeira, além de Brivaldo Marques, Cal Moreira, Chico Filho, Cleber Costa, Eduardo Canuto, Galba Netto, Leonardo Dias, Luciano Marinho e Siderlane Mendonça.

A família Beltrão faz sua primeira investida nas urnas da capital. Busca mandato para a irmã do deputado federal Marx Beltrão e ex-prefeita de Jequiá da Praia Jeannyne Beltrão. Dividida agora em três pedaços, a família Holanda lança o ex-deputado (também ex-vereador) Dudu. O ex-presidente da Câmara Alan Balbino é considerado uma grande aposta.

Caio Bebeto, filho do deputado estadual Cabo Bebeto; Neto Andrade, sobrinho do desembargador eleitoral Sóstenes Andrade e filho da ex-vereadora Simone.

A formação deste grupo é fundamental para traçar também os planos da eleição ao governo do Estado. E JHC é cotado para a disputa.

A capital, sozinha, não elege o próximo governador, mas tem peso nas discussões. 26,3% dos 2,4 milhões de eleitores alagoanos moram em Maceió. Enquanto JHC vai para a reeleição, em Marechal Deodoro Cristiano Matheus, também do PL, se espreme num cenário com Júnior Dâmaso e André Bocão, apoiado pelo prefeito Cacau. A expectativa é que Marechal tenha uma das disputas mais acirradas, no voto a voto e decidida no dia, também envolvendo os interesses opostos do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o senador Renan Calheiros (MDB).

Marechal tem 46.217 eleitores mas desperta interesse dos Caldas. Doutor JAC, irmão do prefeito de Maceió, tenta na Justiça reverter decisão que o impede de ser candidato por não conseguir comprovar domicílio eleitoral no município. Ele também é do PL e mira uma vaga no legislativo deodorense.

Ainda na região metropolitana, o vereador Marcelo Palmeira, também do PL, é o principal articulador das eleições em duas cidades: Barra de São Miguel, onde o padrasto Benedito de Lira (PP) vai para a reeleição, e Atalaia, onde Ceci Herrmann também quer novo mandato na Prefeitura.

Em Arapiraca, Fabiana Pessoa comanda a voz dos liberais. Ela enfrenta o prefeito Luciano Barbosa, do MDB, favorito para a reeleição. Bolsonaro avisou que quer um senador eleito pelo PL, por cada estado, daqui a quatro anos. E as eleições atuais são fundamentais para construir pilares neste projeto. O PL tem a maior bancada na Câmara Federal, buscará reeleger a maioria do seu quadro atual e quer mais gente, aumentando o dinheiro do fundo partidário.

Para isso, Alagoas deve contribuir com um ou dois federais em 2026. Hoje o partido não tem nenhum representante alagoano em Brasília.

Até lá, PP e MDB disputam a maioria das prefeituras, mas fazem acordos em duas delas. Em Murici, Arthur Lira não manifestou interesse em unificar a oposição aos Calheiros. Por isso, Eduardo Oliveira (apoiado por Lira e o ex-deputado Davi Davino Filho) e Caubi vão para as urnas, facilitando quem está à frente da Prefeitura há décadas.

Em troca, na Barra de São Miguel os Calheiros instigam menos para a briga o vice-prefeito, hoje na oposição, Floriano Melo.

Em Piranhas, Tiago Freitas, irmão de Mellina Freitas (secretária de Cultura), já considera a reeleição como favas contadas. Freitas deve enfrentar a ex-prefeita Maristela, apoiada por Arthur Lira. Mas na cidade a voz do calheirismo é dominante: o deputado federal mais votado foi mesmo Rafael Brito com 19,24% (2.479 votos); em segundo, Marx Beltrão (PP), com 2.179 (16,91%) e Arthur Lira (2.084 votos ou 16,17%). O PT é uma vitrine forte no município sertanejo. Lula obteve 81,26% dos votos.

Em Delmiro Gouveia também será fácil a reeleição de Ziane Costa e o MDB tem forte tom na cidade. Na eleição ao Senado, Renan Filho obteve 86,89% dos votos. O federal mais votado foi Isnaldo Bulhões, atual líder do MDB e pré-candidato a presidente da Câmara. Obteve 22,42% dos votos. O terceiro mais votado foi Luciano Amaral, do PV, aliado de Marcelo Victor, do MDB. Dos 10 deputados mais votados, sete são do MDB (Remi Calheiros, Inácio Loiola, Flávia Cavalcante, Marcelo Victor, Bruno Toledo, Carla Dantas e Alexandre Ayres). Ronaldo Medeiros, do PT, foi o segundo mais votado e teve passagem pelo MDB.