ELEIÇÕES
JHC não vai participar de debates e sabatinas nesta fase de pré-campanha
Ordem é poupar a imagem do prefeito, evitando também responder críticas de Rafael BritoCom o nome oficialmente definido na disputa pela reeleição, o prefeito JHC (PL) tem a imagem associada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), ponto que será explorado negativamente pelo deputado federal Rafael Brito (MDB) nesta fase de pré-campanha.
Jota também terá a família como alvo: o pai, João Caldas; a mãe, Eudócia; e o irmão, Doutor JAC. Em contraponto, o prefeito vai explorar a imagem de um administrador que deu certo, pai de família e evangélico. Os evangélicos são majoritariamente eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, do mesmo PL de JHC. Nas últimas eleições, Maceió foi a única capital do Nordeste onde Bolsonaro venceu em dois turnos.
Em 26 de junho, o Paraná Pesquisas apontou que o prefeito é líder isolado na disputa eleitoral, com 54,4% dos votos. O deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil), que não é candidato e está no grupo de JHC, pontuou com 14,9%; o ex-deputado Davi Davino Filho (PP), 11,8%, também do grupo do prefeito e que também não será candidato. Brito aparece com 3,8%, Lobão (Solidariedade), 2,2% e Ricardo Barbosa (PT), 0,9%. Não sabe/não respondeu: 5,3%; Nenhum/branco/nulo: 6,8%.
O instituto ouviu 680 eleitores de Maceió. As entrevistas foram realizadas presencialmente entre 20 e 25 de junho. A margem de erro é de 3,8 pontos percentuais para mais ou para menos, com índice de confiança de 95%. O registro no TSE é AL-02718/2024.
Ao mesmo tempo, o instituto mostra que os entrevistados “jamais votariam” em alguém que fosse associado a Arthur Lira (54,7%) ou Jair Bolsonaro (47,8%), ambos do grupo de JHC. Mas isso não significa conforto para Rafael Brito: 50,1% dos entrevistados não votam em alguém associado a Lula nem a Renan Filho (51,6%) e nem Paulo Dantas (48,7%).
O tempo de permanência na Prefeitura também será explorado pela oposição. Se vencer em 2024, Jota deve sair da Prefeitura em 2026 para disputar o governo do Estado ou o Senado.
No entorno do prefeito, crê-se que Rafael Brito “perdeu pontos” na crise com o PT, após veto da executiva nacional do partido no lançamento de uma candidatura própria para a Prefeitura da capital, impondo a indicação de um vice.
Ao mesmo tempo, no QG do prefeito a ordem é blindar o chefe do Executivo de críticas. Sabatinas ou debates serão recusados. A proposta é evitar desgastes neste primeiro turno. Jota também deve ignorar as críticas de Rafael Brito.
O cenário muda se o ministro dos Transportes, Renan Filho, o senador Renan Calheiros ou o governador Paulo Dantas, todos do MDB, fizerem coro contra JHC e arrastarem para a eleição Arthur Lira.
Aliás, o tratamento a ser dispensado para o presidente da Câmara não é consenso nos grupos que orbitam o Palácio República dos Palmares. O presidente da Assembleia, Marcelo Victor (MDB), um dos menos entusiastas da campanha de Brito, só deve responder se for atacado por Lira; Paulo Dantas tem uma relação menos conflituosa; Renan Filho, como integrante do Governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve maneirar as críticas. Renan Calheiros, ao fim e ao cabo, é quem deve portar a “bala de prata” contra Lira e deve guardá-la para a disputa ao Senado, em 2026.
Já a campanha de JHC prepara os arquivos com informações para detonar Rafael Brito e os Calheiros, ambos também já informados sobre o conteúdo. Também se estudam medidas contra os candidatos a vereador palacistas que usarão espaços na propaganda eleitoral (a partir de 16 de agosto) para direcionar ataques ao prefeito.
Por que a partir de 16 de agosto? É nesta data que a propaganda eleitoral vai estar liberada em faixas, bandeiras, alto-falantes e outros meios de comunicação, menos TV e rádio (iniciando em 30 de agosto).