Conteúdo do impresso Edição 1277

BONS VENTOS

PIB de Alagoas deve ter a 3a maior alta do Brasil

Estudo do Santander estima desempenho positivo do agro, indústria e serviços
Por MARIA SALÉSIA 03/08/2024 - 06:00

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Gabriel Couto, economista responsável pelo estudo
Gabriel Couto, economista responsável pelo estudo

Em um ranking com os 26 estados e o Distrito Federal, a economia alagoana deve crescer 3,4% em 2024, sendo a terceira maior alta do Brasil, atrás apenas de Roraima (4,3%) e Tocantins (3,8%). Se a expectativa for confirmada, o estado terá crescimento acima do previsto para o PIB brasileiro, de 2% em 2024, assim como da média da região Nordeste (2,3%). As estimativas fazem parte de um estudo especial do Departamento Econômico do Santander sobre economia regional.

De acordo com dados da pesquisa, em 2025, enquanto a economia brasileira deve se expandir em 1,8%, a alta prevista para o PIB alagoano também é ligeiramente superior, de 1,9%. Vale ressaltar que os números estão em estudo especial que apresenta estimativas do Santander por estados e regiões para o horizonte de 2022 a 2025, lembrando que os últimos dados oficiais do IBGE para as economias estaduais foram publicados em 2021.

Nas projeções da instituição para o estado, o PIB dos serviços vai avançar 2,5% neste ano e 2% no próximo. Segundo as informações mais recentes do IBGE, o setor de serviços é o segmento mais importante na economia de Alagoas, com peso de 70,1% na economia local. “Os serviços indicam tendência consistente de expansão em Alagoas, apresentando nas previsões de 2022 a 2025 sempre uma trajetória de crescimento”, afirma Gabriel Couto, economista responsável pelo levantamento do Santander ao lado dos economistas Henrique Danyi e Rodolfo Pavan.

Um crescimento importante também é esperado para a agropecuária alagoana, que representa 17,8% da economia local – maior peso entre os estados nordestinos. Nas projeções do Santander, o PIB agro de Alagoas vai avançar 6,5% em 2024, número bastante acima do previsto para o Nordeste e Brasil: respectivamente, incremento de 2,4% e recuo de 1%.

A indústria também deve contribuir positivamente com o PIB alagoano em 2024, com expansão de 1,5%, após previsão de queda em igual intensidade no ano anterior. A atividade industrial responde por 12,1% da economia de Alagoas, abaixo da média do Nordeste (18,5%). Couto estima que a maior contribuição para o crescimento do estado em 2024 venha do setor de serviços.

“Embora em Alagoas os serviços tenham participação inferior à média da região Nordeste e do agregado nacional, o setor é o mais representativo no estado e tende a ser beneficiado pelo bom momento do mercado de trabalho, que tem levado a ganhos reais de renda para as famílias”, afirma.

“Adicionalmente, vemos expansão para o setor agropecuário do estado em 2024, enquanto a maior parte das regiões do país tende a indicar alguma devolução do forte crescimento de 2023”, acrescenta.

Embora os números sejam crescentes no estado, a atividade industrial fica abaixo da média do Nordeste. Para o especialista, apesar do desempenho abaixo da média regional, a indústria de Alagoas tende a apresentar resultado próximo à média nacional em 2024. Segundo ele, ao longo dos últimos anos, o setor industrial sofreu com condições financeiras mais restritivas e uma política monetária mais apertada, sobretudo em estados com maior participação da indústria de transformação.

“Avaliamos que a taxa Selic tende a permanecer estável até o primeiro semestre de 2025, o que tende a limitar o crescimento do setor no próximo ano. Ainda assim, caso o ciclo de afrouxamento monetário seja retomado no próximo ano, vemos condições mais favoráveis para o setor à frente”, concluiu.


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