Conteúdo do impresso Edição 1288

ASSÉDIO MORAL

Funcionária denuncia diretora de unidade de saúde

Auxiliar de enfermagem na UBS Bebedouro recorre ao Ministério Público do Trabalho
Por MARIA SALÉSIA 19/10/2024 - 05:00

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CORTESIA
Protocolo da queixa apresentada à SMS
Protocolo da queixa apresentada à SMS

A auxiliar de enfermagem Sandra Goreti França de Lima, funcionária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e lotada na UBS Bebedouro, em Maceió, denuncia que sofreu assédio moral por parte da diretora da unidade, Tatiane Albuquerque dos Santos.

O problema se agravou na sexta-feira, 11, quando recebeu das mãos da gerente um papel de devolução. Sentindo-se intimidada e ameaçada, ligou para a polícia pedindo ajuda para retirar seus pertences em uma outra ocasião e, na segunda-feira, 14, Sandra Goreti denunciou o caso à Secretaria Municipal de Saúde. Na terça-feira, 15, a servidora protocolou denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT 2363.2024).

Sandra Goreti diz que a origem do problema é de 2022, quando ainda trabalhava na Unidade Antônio de Pádua. Segundo a servidora, à época, uma equipe de 10 pessoas sofreu bastante assédio da diretora daquela instituição. Inclusive, relembra que, em um dos abusos praticados pela gestora, dois membros denunciaram ao Ministério Público como assédio moral.

O processo foi tramitado e, antes de ser julgado, a então diretora ficou sabendo do caso e, como punição, devolveu o grupo à Secretaria de Saúde de Maceió, que acatou o pedido.

Com a devolução, foram lotados na UBS Bebedouro e a diretora escolhida foi uma assistente social que fazia parte do grupo punido. A profissional administrou a UBS durante um ano, mas resolveu deixar o cargo e indicar Tatiane Albuquerque para assumir a direção da unidade de saúde.

A partir daí, diz Sandra Goreti, o calvário voltou e com mais força. Segundo ela, a nova diretora entrou em contato com a que tinha devolvido o grupo e a percepção foi de que o pessoal era problemático. Como não bastasse, ainda foi informada que Sandra Goreti e mais três pessoas sofreram processo administrativo.

“No começo desse ano (2024), tudo o que eu falava, os pequenos atos de desavença entre nós, ela dizia que eu era problemática, que causava atrito no grupo. Foram vários episódios e ela sempre me chamava a atenção na sala dela e me intimidava de devolução. Eu ficava receosa e pedia desculpas de coisas que nem sabia o porquê de pedir”, relembrou.

A servidora afirmou que o problema cresceu a ponto de um paciente chegar para atendimento na UBS e o mesmo passou por constrangimento. Sandra Goreti interviu por não aceitar a atitude da diretora e retrucou. Na verdade, fez a denúncia anônima à Ouvidoria do SUS da Prefeitura e identificou o paciente para provar que o fato era verídico. Não se identificou, mas uma semana depois a diretora perguntou se foi ela quem induziu o paciente a fazer a denúncia. De imediato, Sandra Goreti negou e saiu da sala.


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