CASO ADRIANO DE FARIAS
Família de prefeito tem sigilos quebrados
Foragida, mãe de Leandro Silva pode ter encomendado outro crimeO juiz Flávio Renato Almeida Reyes, da Vara do Único Ofício de Junqueiro, determinou a quebra de sigilo bancário dos investigados no caso do assassinato do blogueiro político Adriano de Farias, ocorrido em junho de 2024. A medida integra a investigação que envolve membros da família do prefeito de Junqueiro, Leandro Silva (MDB), incluindo a mãe, Maria Rejane da Silva, e o irmão, Valdir Joaquim da Silva Neto, apontados como mandantes do homicídio. Além disso, a decisão judicial também autoriza a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos.
O assassinato de Adriano de Farias, blogueiro conhecido por suas críticas à gestão do prefeito e à política local, gerou repercussão nas esferas jurídicas e políticas do estado de Alagoas, provocando discussões intensas na Assembleia Legislativa. O irmão de Leandro Silva, deputado estadual André Silva (Republicanos), defendeu a família em plenário, alegando perseguição política. Segundo a investigação da Polícia Civil, a morte de Farias foi uma emboscada planejada e executada para silenciar suas denúncias sobre o governo municipal, cujos membros eram os principais alvos de suas críticas.
“Depoimentos de testemunhas, inclusive sigilosas, imagens de câmeras de segurança, análises periciais e demais diligências apontam que Valdir e Maria Rejane foram os principais beneficiários do silenciamento de Adriano, cuja atuação nas redes sociais incomodava o grupo político local. As provas apontam claramente para a atuação deles como mandantes do crime, seja na articulação do planejamento da emboscada, seja no pagamento aos executores. Testemunhas protegidas relataram que o clima de medo e intimidação se intensificou na região após o homicídio, especialmente em função da influência política e do histórico de violência da família Silva”, destaca o relatório assinado pelo delegado João Marcello Vieira de Almeida.
A investigação também apontou indícios de movimentações financeiras suspeitas entre os envolvidos, incluindo transferências e pagamentos realizados pela família Silva para os advogados dos acusados e até mesmo para tratamentos médicos do pai de Carlos Henrique Ferreira Santos, um dos executores do crime. Santos, que já foi integrante da Guarda Municipal, teria recebido apoio financeiro de membros da família, o que fortalece a hipótese de uma rede de apoio coordenada entre os mandantes e os executores. Durante a análise de câmeras, no dia do homicídio, Carlos deixou seu veículo no “Posto Rejane”, pertencente à família Silva.