Tentativa de golpe isola Gilberto Gonçalves e enfraquece oposição

A suposta “tentativa de golpe”, como descrita pelo prefeito Pedro Carlos (PP), protagonizada pela Câmara Municipal de Rio Largo, não teve apoio nem mesmo da oposição e pegou os próprios parlamentares de surpresa, à exceção do presidente da Casa, José Rogério da Silva (PP), que, pouco tempo após a leitura da suposta carta de renúncia, tentou entrar à força no gabinete do gestor municipal.

Conforme apuração do EXTRA com os demais vereadores, a atitude do presidente, em um suposto conluio com o ex-prefeito Gilberto Gonçalves, apontado pelo próprio gestor municipal e por parlamentares como o mentor do plano, foi vista como “ridícula” e sem justificativa. “Só ficamos sabendo no momento da leitura da carta, tanto que a maioria, ao entender do que se tratava, preferiu deixar o plenário, pois não concordava com aquela situação”, disse um dos vereadores.

Até o momento, sabe-se que a investida para retirar o prefeito do cargo a qualquer custo foi uma ação “isolada” — mas com influências externas — do presidente da Casa, José Rogério da Silva. Ele perdeu apoio entre os demais parlamentares que, até então ensaiavam uma oposição ao sobrinho de Gilberto Gonçalves. “Nem a própria oposição apoiou aquilo, e agora estão todos do lado do prefeito”, disse um parlamentar.

Como mostrou o EXTRA na última edição, aliados do prefeito o vinham pressionando para afastar Gilberto Gonçalves (PP) do cargo de secretário municipal, o que só ocorreu no dia da leitura da carta e de forma pública, durante uma coletiva de imprensa. “Não dá para continuar com ele [GG] assim”, era o consenso entre os vereadores, que afirmam que o impasse entre os dois está causando uma crise na gestão e provocando instabilidade em possíveis articulações.