Conteúdo do impresso Edição 1313

OPERAÇÃO FALÁCIA

Suspeitas de rachadinha e lavagem de dinheiro afastaram Siderlane e assessores

PF investiga movimentação atípica de R$ 244 mil e doações suspeitas na campanha de 2020
Por José Fernando Martins 05/05/2025 - 06:00
A- A+
Divulgação
Siderlane Mendonça se pronunciou nas redes sociais
Siderlane Mendonça se pronunciou nas redes sociais

O presidente da Câmara Municipal de Maceió, vereador Chico Filho (PL), publicou nesta terça-feira (29) a Portaria nº 0775/2025, determinando o afastamento cautelar do vereador Siderlane Mendonça (PL) e de servidores comissionados vinculados ao seu gabinete. A medida cumpre ordem expedida pela Justiça Eleitoral, no âmbito da Operação Falácia, deflagrada pela Polícia Federal na semana anterior.

A portaria, veiculada no Diário Oficial do Município, veda o acesso do parlamentar e de seus assessores às dependências da Câmara Municipal, bem como impõe restrição total de contato — seja pessoal, telefônico ou por meio de terceiros — com os demais servidores da Casa Legislativa. As providências foram adotadas em conformidade com a decisão da juíza Nirvana Coelho Bernardes de Mello, titular da 1ª Zona Eleitoral de Maceió, responsável pelo processo que tramita sob sigilo judicial.

A investigação tem como origem o Inquérito Policial nº 2021.0059914 (Processo nº 0600001-36.2022.6.02.0054), instaurado mediante requisição do Ministério Público Eleitoral. Conforme os elementos reunidos até o momento, apuram-se indícios de falsidade ideológica na prestação de contas eleitorais, apropriação indevida de parte da remuneração de servidores (rachadinha), e possível prática de lavagem de capitais, com a participação de agentes públicos comissionados vinculados ao gabinete do investigado.

De acordo com Relatório de Inteligência Financeira elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), a conta bancária utilizada para a campanha eleitoral do vereador teria movimentado o montante de R\$ 244.016,00 entre janeiro de 2020 e janeiro de 2021, sendo R\$ 122 mil em créditos e igual quantia em débitos. Deste valor, R\$ 62.478,00 teriam sido oriundos de doações por pessoas físicas, grande parte delas servidoras públicas municipais com vínculos diretos com o gabinete do investigado.



Encontrou algum erro? Entre em contato