Conteúdo do impresso Edição 1313

75 ANOS

Faculdade de Medicina de Alagoas festeja jubileu de diamante

Hospital Universitário se destaca como referência no estado
Por MARIA SALÉSIA 05/05/2025 - 06:00
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Sede atual
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Em 3 de maio de 1950, um grupo de médicos criou a primeira faculdade de Medicina de Alagoas (Famed), que tem se consolidado entre as 20 melhores escolas médicas do país. Com 75 anos de existência, continua salvando vidas, mas necessita de investimentos públicos, especialmente através de emendas parlamentares e recursos das secretarias de Saúde para continuar com o serviço de excelência em um estado com população 87% SUS.

Em seu jubileu de diamante, a faculdade tem muito a comemorar. Através de seu Hospital Universitário (HU), realiza quase 15 mil atendimentos mensais, 180 mil em um ano e um milhão e 800 mil alagoanos beneficiados em 10 anos, sendo referência para o estado.

O HU, de fato, é grandioso em tamanho e em competência de sua equipe, como diz o diretor-superintendente do hospital, Célio Rodrigues: “O HU emerge como um farol da Faculdade de Medicina de Alagoas, espraiando qualidade dentro do SUS”.

O hospital é tudo isso e tem potencial para ser ainda mais. Os números são expressivos e podem aumentar se o apelo por mais recursos públicos for atendido. A escassez de verba, a sobrecarga de pacientes e a dificuldade em articular a rede de atenção básica são obstáculos que impactam a qualidade e agilidade do atendimento.

O alerta vem do Ministério da Saúde, que estima 7 mil casos de câncer para Alagoas em 2025. No HU, o assunto é tratado com profissionalismo e zelo. Prova disso é o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), inaugurado em 2006, e que conta com um pronto socorro oncológico que funciona 24 horas. O Centro, em números, é gigante e em afeto, também. Em 2024, foram realizados 9.673 procedimentos de quimioterapia. Em média de infusão foram 11.841 casos. Na radioterapia, foram tratados 754 pacientes com 6.854 sessões. No pronto atendimento oncológico, foram 3.308, sendo 3.141 em home care. No ano passado, foram 29.785 pacientes atendidos ambulatorialmente e a enfermagem produziu 15.588 atendimentos.

De fato, as pessoas precisam conhecer o que o Hospital Universitário da Faculdade de Medicina de Alagoas produz. Ele só existe por causa da Faculdade de Medicina e presta um serviço imenso à sociedade, além de formar profissionais de saúde. São 184 médicos residentes, 142 em 20 especialidades médicas e uma residência multiprofissional. Por isso, que não faltam especialistas em Alagoas.

Também é o único a ter o serviço de genética médica com cinco profissionais qualificados. Tem, ainda, um ambulatório de doenças inflamatórias do intestino e o transplante de biota intestinal que já beneficiou mais de 35 doentes. É o único habilitado para cirurgia da obesidade na rede pública. Existem cerca de 700 operados e próximo de 1.000 obesos mórbidos no ambulatório, sob cuidado de equipe multiprofissional de 16 profissionais diretos. Tem o único Cacon da rede Ebserh e serviços de todas especialidades com extensão ao atendimento da saúde indígena, ambulatório trans e quilombolas.

O professor de cirurgia digestiva da Ufal, João Batista Neto, é um entusiasta. Ele fala com ternura do HU no jubileu de 75 anos e garante: “Em meio às agruras que assombram o SUS, o Hospital Universitário emerge como um oásis, oferecendo tratamento de ponta para a população carente”.

Prova disso é que as iniciativas de telemedicina e telessaúde demonstram o compromisso do hospital em expandir o acesso à saúde para além das limitações geográficas.

Se é que a instituição HU tem sentimento, ela se orgulha de abrigar uma das duas maternidades de alto risco de Alagoas, garantindo assistência especializada para gestantes e bebês em situações delicadas.

E para atestar o grau de dedicação, basta ver o caso de Maria Valentina Ramos e Silva Freire, que se prepara para sua festa de 15 anos em 14 de janeiro de 2026. A menina chegou antes do tempo, com oito meses, mas antes a mãe bateu em porta em porta das maternidades de Maceió e ninguém acolhia. A gestação era de alto risco. A menina nasceu em 2011 na maternidade do HU e teve tratamento humanizado. Assim como Valentina, centenas de crianças vieram ao mundo graças à dedicação e capacitação dos profissionais do HU.

Desde aquele 10 de dezembro de 1956, quando a primeira turma de médicos colou grau, a Faculdade de Medicina de Alagoas pode se gabar, bater no peito que tem orgulho em ter mais de sete mil médicos formados para Alagoas, para o Brasil e para o mundo.

Para celebrar seu jubileu de diamante, marcando 75 anos de história e compromisso com a formação de médicos e a saúde pública, a Famed oferece uma programação especial com homenagem a 15 personalidades que marcaram sua história e o lançamento do livro “Famed 75 anos”. A festa acontece no próximo dia 7 de maio, às 9 horas, no auditório Nabuco Lopes, na reitoria do Campus A.C. Simões, Maceió. Aplausos a esse diamante lapidado que, em mais de 70 anos de história, esbanja brilho e beleza!


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