BAIRROS DESTRUÍDOS
Casal negocia Parque Municipal de Maceió com a Braskem
Estatal cobra indenização por desastre ambiental; em troca, mineradora será dona da área
A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) busca indenização da Braskem para duas das quatro áreas que formam o Parque Municipal de Maceió. A negociação acontece nos mesmos moldes do sistema de abastecimento de água Catolé-Cardoso, revelado pelo EXTRA: a empresa pagou R$ 108,9 milhões à estatal. Em troca, entregou o imóvel para a mineradora.
Ainda não há valores para os dois terrenos do parque. Porém, em breve, a área como conhecemos hoje deixará de existir. O local usado para práticas recreativas, educacionais e pesquisa científica virará propriedade da Braskem.
A justificativa da Casal para buscar a indenização é que estas áreas, localizadas em Bebedouro, foram atingidas pela extração indiscriminada de sal-gema, levando ao afundamento do solo. Levantamento da Gepat, a Gerência de Patrimônio da companhia, mostra que o bairro tem 22 imóveis pertencentes à estatal do saneamento, incluindo áreas invadidas ao longo de décadas.
A gerência conseguiu as escrituras da estação do tratamento Cardoso – já negociada com a Braskem –, do poço localizado na Ladeira do Calmon, do Sítio Santo Antônio e dois terrenos, os três na Marques de Abrantes, um terreno no Cardoso e das duas áreas que integram o Parque Municipal.