CURIOSIDADE
O calor de Maceió é psicológico, diz o 'Rei do Suspiro'
Janeiro em Maceió começou com temperaturas médias superiores a 30 graus centígrados, sendo a máxima, de 36, algures entre o meio-dia e as 14 horas, e a mínima, de 22, por volta das 04h30. No céu, muito sol e poucas nuvens. A humidade oscilou entre os 62% e os 81%. Chuva? Nem uma gota para a estatística durante toda a primeira semana de 2018.
O boletim meteorológico na capital do Alagoas vem a propósito de Luís Eudes Floripes da Silva, conhecido nas praias de Maceió e das estâncias balneares de Barra de São Miguel e Gunga, nos subúrbios da cidade, como Rei do Suspiro. O que torna o Rei do Suspiro notado entre centenas de outros vendedores de praia não são apenas os suspiros cozinhados por Dona Marlene, a sua mulher. É o vestuário: circula pelas escaldantes areias nordestinas de fato completo, gravata e camisa, a vender numa elegante bandeja, além dos suspiros, também broas e sequilhos.
O Rei de Suspiro, que completa 65 anos em 2018, é conhecido em toda a Maceió, o que lhe garantiu até o transporte da tocha olímpica por uns metros antes dos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro, e fez merecer reportagem em jornais de âmbito nacional, como o Folha de S. Paulo.
Nascido em Mata Grande, no sertão alagoano, a quase 300 quilómetros de Maceió, chegou à capital estadual na juventude com o objetivo de se tornar padre. Após os estudos num seminário, entrou na universidade para o curso de direito mas não concluiu tornou-se corretor de imóveis e de seguros, ganhou o gosto pelas vendas e um dia lembrou-se de servir suspiros de "paletó" e gravata sob um sol inclemente.
"Calor? O corpo acostuma-se. Aprendi com um padre do sertão que o segredo é ficar calmo, se a gente fica calmo, vem um ventinho, se a gente se agita, o calor sobe".