Piranhas
MPF realiza reunião sobre impactos de hotel no patrimônio histórico
Hotel tem 20 dias para apresentar nova proposta ao Iphan, que avaliará demolição de suítesO Ministério Público Federal (MPF) coordenou, nesta quarta-feira, 26, uma reunião com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA), o Município de Piranhas e representantes de um empreendimento hoteleiro, à margem do Rio São Francisco, para discutir sua regularização. Durante o encontro, foi acordado que o hotel terá 20 dias para apresentar uma nova proposta para adequação de sua estrutura à paisagem do Sítio Histórico Tombado de Piranhas (AL), e o Iphan terá 60 dias para analisá-la definitivamente.
Além disso, na reunião, coordenada pelo procurador da República Érico Gomes, discutiu-se o cumprimento do termo de compromisso firmado com o Iphan no âmbito de uma sentença judicial transitada em julgado, uma vez que fiscalizações anteriores apontaram irregularidades na construção do hotel, que excedeu o acordo inicial com a inclusão de oito suítes adicionais no subsolo.
O Iphan também considerou que cinco suítes, não previstas no projeto original e no termo de compromisso, localizadas no térreo, são especialmente prejudiciais à paisagem tombada, além de aumentarem o impacto no sistema hidrossanitário da cidade, que carece de esgotamento sanitário adequado. Após diversas discussões e análises por parte do Iphan, este entendeu que uma possibilidade de regularização do imóvel seria mediante a demolição das cinco suítes do térreo, o que está sendo contestado pelo empreendedor.
Encaminhamento – Diante do impasse, o procurador da República definiu que os representantes do hotel podem propor ao Iphan uma nova solução que harmonize o empreendimento com o ambiente paisagístico protegido, no prazo de 20 dias. Enquanto o Iphan, após receber a proposta oficial, terá um prazo de 60 dias para emitir seu parecer técnico.
Além disso, o Iphan tem 90 dias para manifestar-se oficialmente no processo administrativo interno do órgão sobre o cumprimento, ou não, do termo de compromisso firmado no âmbito da Justiça Federal. Paralelamente, o MPF requisitou a realização de estudo do Setor de Perícia Técnica do MPF para avaliar se o empreendedor cumpriu as condições previstas no acordo e verificar as condições estruturais do empreendimento.
O procurador da República Érico Gomes destacou a importância de conciliar a preservação do patrimônio cultural com as necessidades de desenvolvimento econômico local. "Estamos buscando uma solução que respeite o valor histórico e ambiental da cidade, enquanto equilibramos com a segurança jurídica do empreendimento", afirmou. O MPF continuará acompanhando de perto os desdobramentos para assegurar que os compromissos sejam cumpridos e os impactos ao patrimônio de Piranhas sejam mitigados.