Professores de AL planejam manifesto contra a Reforma do Ensino Médio
Os profissionais da educação de Alagoas já articulam estratégias para tentar barrar a Medida Provisória (MP), que reformula a grade curricular do Ensino Médio em todo o país. A MP estipula, além do aumento da carga horária mínima anual, a retirada de disciplinas como artes, filosofia, sociologia e educação física.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro-AL), Eduardo Vasconcelos, qualquer reforma na educação, antes de ser feita, precisa ser debatida. "Mas o governo, em nenhum momento, nos incluiu neste debate e não pode nos impor esse tipo de coisa”.
Para o sindicalista, a mudança de conteúdo prejudica as pessoas de baixa renda. “O governo quer trabalhadores e não mentes pensantes, pois a mudança atinge principalmente as disciplinas que trabalham o senso crítico, como filosofia e sociologia”.
A categoria articula uma
manifestação no dia 5 de outubro com direito à paralisação do serviço
público e privado de educação. Os professores vão ainda acionar os deputados
federais e senadores de Alagoas para lutarem contra a medida provisória.
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O Sindicato dos Trabalhadores da
Educação de Alagoas (Sinteal) compartilha da mesma revolta. Conforme a
presidente sindical, Maria Consuelo Correia, a MP é uma agressão a todos
os educadores.
"É uma estratégia
para fazer do povo uma mão de obra barata. O ensino deve sim ser reformado, mas
isso precisa ser discutido por quem entende de educação, que somos nós, e não por golpistas",
criticou.
A Reforma
Português e matemática serão os dois únicos componentes curriculares obrigatórios nos três anos do ensino médio, de acordo com o novo modelo para a etapa anunciado ontem (22) pelo governo. A definição está em medida provisória (MP) assinada pelo presidente Michel Temer. Atualmente, a etapa tem 13 disciplinas obrigatórias para os três anos.
A MP prevê a flexibilização do ensino médio com o objetivo de torná-lo mais atraente para o jovem, segundo o ministro da Educação, Mendonça Filho. Os componentes curriculares que deverão ser ensinados no período obrigatoriamente serão definidos na Base Nacional Comum Curricular, que começará a ser discutida no próximo mês e deverá ser definida até meados do ano que vem, segundo o Ministério da Educação.