eleições 2026
Disputa em Alagoas atrasa indicação para o STJ e afeta planos de Lira
Articulações políticas locais influenciam vaga no tribunal e eleição ao Senado
O ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), enfrenta obstáculos para viabilizar sua candidatura ao Senado em 2026, em meio a um impasse político que trava a indicação de um novo ministro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A procuradora Maria Marluce Caldas Bezerra, do Ministério Público de Alagoas, é uma das cotadas para a vaga e tem o apoio do prefeito de Maceió, JHC (PL), seu sobrinho. Adversários de Lira afirmam que ele tenta adiar a nomeação até que se definam os arranjos políticos em Alagoas, o que ele nega.
Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, nos bastidores, a possível formação de uma chapa entre JHC e Renan Calheiros (MDB), com apoio do ministro Renan Filho ao governo estadual, ameaça os planos de Lira.
A articulação incluiria a saída de JHC do PL e seu afastamento do grupo de Lira em troca do apoio de Lula à indicação de sua tia ao STJ. A manobra daria ao presidente um palanque forte no estado, enfraquecendo a influência bolsonarista local.
A reunião entre Lira e Lula no Palácio da Alvorada, no dia 14 de junho, gerou versões distintas: enquanto alguns dizem que o deputado foi tratar de temas como emendas e IOF, outros afirmam que ele pediu o adiamento da escolha para o STJ até que haja definição sobre as chapas em Alagoas. Aliados do governo dizem que o presidente não condicionará a indicação a acordos políticos locais.
Apesar das tensões, Lira mantém a intenção de disputar o Senado e planeja lançar um de seus filhos à Câmara. Além de Marluce, completam a lista tríplice do STJ os procuradores Sammy Barbosa Lopes (MP-AC) e Carlos Frederico Santos (MPF), ambos com apoio político relevante. A disputa por alianças em Alagoas segue como ponto sensível na relação entre o Planalto e os grupos locais.