Projeto “Na Base da Cultura” oferece oficinas nas bases comunitárias

Soltar a criatividade entre peças de roupas, bolsas e acessórios. Esta é a missão da oficina de Customização, realizada na base comunitários do Jacintinho, através do programa “Na Base da Cultura”, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura.

O curso tem dado uma nova rotina para as donas de casa desses bairros. As aulas de customização atraíram moradoras em busca de oportunidade de renda alternativa. As turmas são compostas basicamente mulheres que precisam ficar em casa para cuidar dos filhos e não podem trabalhar fora.

A aluna Márcia Patrícia, 32 anos, é um exemplo da situação muito comum das moradoras do Jacintinho. “A nossa realidade é muito complicada, isso impede que a gente saia de casa para trabalhar e deixe nossos filhos em casa, sozinho, ou com uma pessoa desconhecida”, relatou. Enquanto estão no curso, os filhos das alunas participam de atividades esportivas e culturais promovidas pelo Governo nas bases comunitárias.

“O curso abriu novos horizontes pra gente, pois agora eu posso estar em casa e trabalhar ao mesmo tempo. Essa porta aberta vai me propor um ganho financeiro futuro, podendo estar com meu filho. Não só na minha vida, mas como na de muitas meninas daqui da comunidade”, destacou.

A customização é realizada durante as aulas, ministrada pela professora Vanessa Batista, na própria Base Comunitária. As alunas levam ideias e, juntas, buscam diferentes formas de customizar os objetos.

De acordo com a professora, a oficina pretende ativar a criatividade dos alunos experimentando técnicas para transformar roupas e acessórios, além de repassar o contexto de criação, como tendências de moda e inspirações. “O diferencial da oficina é que as alunas aprendem técnicas de confecção e acessórios através do uso de materiais recicláveis”, explicou.

Juntas, as participantes conseguem ter uma nova visão para sua vida profissional. As aulas mostram que é possível produzir em casa e vender como meio de renda fixa ou adicional. “Eu e algumas meninas pensamos, no futuro, formar uma cooperativa para vender nossos produtos. São planos para depois, mas já pensamos nessa possibilidade”, disse Márcia, confiante no projeto.

Para Márcia, as aulas aproximaram a comunidade dos policiais. “O que a comunidade mais precisa é de apoio e segurança. Com o convívio, nós tivemos maior aproximação com os policiais e mudamos muito a imagem que tínhamos deles”, conta.

Designada para a BC do Jacintinho há dois anos, a soldado Jackeline Barros, de 24 anos, relatou a realidade de quando começou a trabalhar no projeto até os dias de hoje. “A base está presente para que exista uma relação de confiança e bem-estar. Com os novos projetos de governo, nossa expectativa é que as crianças cresçam e não partam para o tráfico de drogas”, disse.

Para que haja uma proximidade e o uma desmistificação do papel policial na formação cidadã, o governo mantém Bases Comunitárias instaladas em regiões de vulnerabilidade social. Nas Bases, é possível não somente planejar e realizar a segurança local, mas também propor espaços para experiências sociais destinadas à população, como realização de oficinas e aulas. E foi através da necessidade de socialização que surgiram os projetos governamentais, como o “Na Base da Cultura” e outras atividades realizadas pela própria Polícia Militar.

Presente há seis anos no bairro do Jacintinho, a Base Comunitária de Segurança está localizada em uma praça no início do bairro. A base do Jacintinho também recebe projetos como “Na Base do Esporte”, “Patrulheiros Mirins” e “Anjos da Paz”. Segundo a soldado Jackeline, o contato é mais direto e amistoso, onde os policiais visitam e interagem com os moradores, buscando sempre estabelecer uma relação de proteção. Os programas realizados proporcionam momentos de lazer e cidadania, com exercícios e atividades junto aos policiais, levando não só diversão, mas também conduta, disciplina e relacionamento social.  “O pessoal que mora aqui mais perto consegue presenciar mais o nosso trabalho e projetos, como os Patrulheiros Mirins. Assim, a gente tenta ajudar e ficar mais próximos da comunidade”, afirma.

Para a secretária de Estado de Cultura, Mellina Freitas, cultura e arte nunca é demais. “ Levamos essas oficinas para que centenas de jovens das comunidades mais carentes do Estado  tenham contanto com a nossa rica cultura”, disse.

Na base da cultura

Centenas de jovens e adultos dos bairros Benedito Bentes, Clima Bom, Cidade Universitária, Vergel do Lago e Jacintinho são beneficiados pelo programa “Na Base da Cultura”. O projeto faz parte de um conjunto de ações do governo que visam à redução nos índices de criminalidade e vulnerabilidade social.

A ação oferece aulas culturais, gratuitas e semanais, com o objetivo de democratização e inclusão social. As atividades visam o protagonismo social, fomento da cultura participativa, estímulo à leitura, construção de novos valores e solidariedade, ampliando o acesso aos meios de produção, circulação e fruição de bens e serviços culturais.

Confira programação dos novos cursos:

BASE SANTA MARIA – CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

3ª E 5ª – 8H às 11H – 14H às 17H

BASE SELMA BANDEIRA – TEATRO

3ª – MANHÃ E TARDE

BASE VERGEL – DANÇA CONTEMPORÂNEA

4ª – MANHÃ E TARDE

BASE JACINTINHO – CUSTOMIZAÇÃO

5ª – TARDE - 14H ÀS 17H

BASE OSMAN LOUREIRO – HIP HOP

TERÇA E QUINTA - TARDE

BASE CARMINHA - PERCUSSÃO

SEGUNDA E QUINTA - 14h às 18h