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Vazão no Baixo São Francisco será elevada a partir desta terça

Por Assessoria 17/12/2018 - 19:27

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Foto: Divulgação
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A defluência no Rio São Francisco será elevada para 700 metros cúbicos por  segundo (m³/s) a partir desta terça-feira, 18, na região do Baixo. A medida foi  anunciada na manhã desta segunda durante a reunião  promovida pela Agência Nacional de Águas (ANA) para analisar as condições  hidrológicas na bacia do São Francisco e transmitida por videoconferência para os  estados banhados pelo chamado rio da integração nacional. 

A operação será possível com a utilização da água armazenada no reservatório  de Itaparica, em Pernambuco. A previsão é que essa vazão permaneça em janeiro, desta  vez com água proveniente do reservatório de Sobradinho, na Bahia. “A ANA tomou  uma atitude prudente em não ter aumentado a vazão na reunião passada, como  solicitado. A medida concilia os interesses do Baixo São Francisco, especialmente os do  estado de Sergipe, e na próxima reunião desse fórum, iremos analisar as condições do  rio para decidir pela implementação ou não da vazão de 800 m³/s”, afirmou o  superintendente de Operações e Eventos Críticos da agência federal, Joaquim Gondim.  

Três Marias

Durante a reunião, também foi discutida a defluência no reservatório de Três  Marias, em Minas Gerais. Atualmente com a prática de 100m³/s, a vazão deverá ser  elevada para 150m³/s a partir de janeiro. As considerações foram feitas após as  explanações apresentadas pelas equipes técnicas do Operador Nacional do Sistema  Elétrico (ONS) e do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais  (Cemaden). De acordo com os dados apresentados durante a reunião, o cenário da bacia do  Rio São Francisco continua confortável, quando se leva em consideração a realidade  dos últimos cinco anos. 

Entretanto, não há plena confiança quanto ao futuro, pelo fato  de os registros de precipitação já terem cessado nos últimos dias e se estende para os  dez dias seguintes. A previsão do Cemaden aponta para registros de valores  insignificantes para a bacia até o final do ano de 2018. Desde 2013, o Rio São Francisco enfrenta uma severa crise hídrica, o que levou  ao controle da vazão natural, de um patamar de 1.300 m³/s para um nível que chegou a  550 m³/s no Baixo e ao controle das vazões, também, no Alto São Francisco. A redução,  realizada de forma paulatina desde quando foi identificada a escassez do líquido, foi  considerada pelo setor elétrico como saída para que o manancial não chegasse a níveis  alarmantes, pondo em risco até mesmo a sua existência.  

El Niño

Questionado sobre o registro do fenômeno El Niño na bacia do São Francisco, o  coordenador geral de Operações e Modelagem do Cemaden, Marcelo Seluchi, explicou  que o evento está praticamente na porta, mas ainda não se cumpriram algumas  características para ser considerado pela comunidade científica mundial. Apesar disso, a estimativa do Cemaden, de acordo com Seluchi, é de que não  deverá haver grande interferência do fenômeno na cabeceira do rio São Francisco, em  Minas Gerais. “Talvez outro tipo de fenômeno. O que se registra, atualmente, é uma  onda de pressão e o El Niño deverá apenas apresentar efeito de fraco a moderado”,  afirmou ele. 

A reunião que analisa as condições hidrológicas da bacia do Rio São Francisco  acontece quinzenalmente na sede da Agência Nacional de Águas, em Brasília, e  transmitida por videoconferência para os estados da bacia. Dela, participam os diversos  segmentos relacionados ao Velho Chico, a exemplo de usuários, poder público,  universidades, Marinha do Brasil, Ministério Público Federal, entre outros. O próximo  encontro está marcado para o dia 7 de janeiro, a partir das 10h, horário de Brasília.


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