TRAIÇÃO E DINHEIRO

Sequestro de funcionária da Equatorial foi arquitetado pelo marido, revela polícia

Por Redação 25/09/2019 - 12:47
Atualização: 25/09/2019 - 13:49

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Redação Novo Extra
Coletiva de imprensa aconteceu na manhã desta quarta-feira, 25
Coletiva de imprensa aconteceu na manhã desta quarta-feira, 25

A cúpula da Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 25, que o sequestro da funcionária da Equatorial Energia, Adriana Rogério da Rocha, 44 anos, foi planejado pelo marido. 

Segundo o delegado Thiago Prado, responsável pelas investigações, Jorge Tadeu Gomes Alves, 43, que está foragido, arquitetou todo o plano por causa de uma suposta traição da esposa. 

Adriana, que foi sequestrada no estacionamento de um supermercado, na Gruta de Lourdes, na segunda-feira, 23, teria ido encontrar um corretor, indicado pelo marido, para fazer a visita de um apartamento. 

Ao chegar ao local, Jorge Tadeu estava em um veículo com outros três sequestradores, ameaçou Adriana solicitando que ela admitisse que estava o traindo e pediu para que revelasse quem era o suposto amante.

Após isso, pediu que os sequestradores levassem Adriana e só a soltassem pela noite. A vítima foi, então, levada para um cativeiro localizado no município de Pilar e ficou sendo monitorada por pelo menos dois criminosos. 

São eles: Fabrício Queiroz da Silva, autor material do crime e suspeito de participar de mais de 10 homicídios na cidade, e José Myrosmar, que se passava pelo falso corretor de imóveis. 

O marido da vítima chegou a registrar um boletim de ocorrência (BO) na delegacia informando o sumiço da companheira. Com as investigações, a polícia identificou onde era o cativeiro e equipes foram recebidas a tiros quando chegaram no local. 

Fabrício Queiroz veio a óbito após confronto policial. Ainda segundo o delegado, o cativeiro era um espaço de desmanche de veículos, o que levanta a suspeita de que os indivíduos também eram envolvidos em assaltos e roubos em rodovias.

De acordo com o promotor de justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Hamilton Carneiro, o marido pagou o serviço dos sequestradores com dinheiro da vítima.

“Foi o marido que encomendou o sequestro em virtude de problemas conjugais e ainda com requintes de crueldade. O que ele pagou para os sequestradores foi extraído da vítima através do cartão de crédito. Eles simularam compras com o cartão dela para fins de pagamento”, afirmou o promotor.

Foram presos também Kenedy Gomes da Silva, 23, sem passagem pela polícia e dono do veículo que levou a vítima até o cativeiro, e Alisson dos Santos, 23. Esse último foi capturado horas antes da operação que acabou com a morte de um sequestrador. 

Depois de preso, Alisson dos Santos contou aos policiais onde Adriana estava escondida. O marido de Adriana permanece foragido com José Myrosmar. 

As investigações apontam que o sequestro teria também motivos financeiros. O casal estava junto há 22 anos e tem três filhos. 


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